Os iorubas são conhecidos pelo uso de um chapéu especial
tecido à mão.
É um gorro usado pelos homens conhecido popularmente como
Filá.
Filá também é o nome genérico usado para designar chapéu.
Essa designação pode variar para Aso Oke (pronuncia-se axó
okê) se for confeccionado com o tecido do mesmo nome.
Apesar de esses gorros serem originários da Nigéria, são
utilizados por muitos afro-descendentes.
Tornou-se um símbolo da negritude e da africanidade. O
barrete assenta-se sobre as e o topo do desse gorro costuma tombar para um
lado.
O Filá é o complemento básico do traje formal africano.
Aso Oke
No século XIX os governantes dos reinos Ioruba do sudoeste
da Nigéria, mantinham e patrocinavam em seus ricos palácios, a maioria dos
artistas, de diversas especialidades, artesãos de couro, entalhadores de
cabaças, tamboreiros, enfiadores de miçangas, artistas da ferragem artística e
da fundição em bronze, assim como tecelões , alfaiates e bordadores.
O estado Imperial Ioruba de Oyó era o mais poderoso de todos
esses reinos, e a antiga cidade de Ife permanece sendo o antigo centro cultural
e religioso.
O tecido era o centro da vida social, religiosa, econômica e
cultural dessas sofisticadas e complexas comunidades Africanas.
No território de fala Ioruba da Nigéria, convivem duas
formas de tecelagem, a dos teares de trama simples usado pelas mulheres, e os
teares estreitos de trama dupla, operados na maioria dos casos por homens.
No século XX a tecelagem feminina caiu drasticamente,
conforme falamos anteriormente.
Contrariamente, a tecelagem Ioruba Aso Oke, é sem duvida uma
das tradições mais vibrantes e bem sucedidas, de toda África contemporânea.
Atualmente a tradição dos centros de tecelagem Aso Oke,
produzem três tecidos bastante prestigiados: Etu, Sanyan e Alaari. Sem falar na
ampla gama de outros panos que foram tecidos no passado.
Esses três panos ainda estão profundamente associados com o
respeito pela tradição e consciência de identidade Ioruba, apesar de terem sido
suplantados ha longo tempo por modismos recentes.
Etu é um tecido tinto a índigo azul escuro quase preto, cujo
processo envolve varias imersões na tinta para que atinja essa tonalidade. Esse
tecido é tramado com listas brancas de trama e urdume, e às vezes de um azul
claro.
O nome Etu vem da semelhança com a plumagem da galinha de angola,
pelas pintas de sua plumagem. Um verso de Ifa descreve Etu como o pai de todos
os tecidos.
Sanyaan é um têxtil de seda bege obtida do mofo dos
caramujos Anaphe, que dão esse colorido irregular de um marrom pálido.
Alaari é o nome Ioruba dado aos panos tecidos com retalhos
de seda magenta que ate décadas recentes era trazido da Europa através do Saara,
via Trípoli.
Os panos tecidos inteiramente com essa seda eram
extremamente raros, sendo mais comum tece-los com listas ou tramados no índigo.
Ate meados do século XX, o Aso Oke era usado apenas em
cerimonias do nome para bebes, noivados, casamentos, aniversários, cerimonias
de posse, funerais bem como nos dias santos dos cristãos e muçulmanos.
Um dos motivos que esse tecido não obteve a mesma
repercussão do que o Kente no território Africano deve-se ao seu limitado
colorido.
Atualmente Aso Oke esta mais popular do que nunca, entre a
população crescente de iorubas na Nigéria, e amplamente usado pelos Iorubas que
vivem em Gana e no Togo. Desde os anos 90, mulheres também começaram a tecer
esses panos.