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sexta-feira, 30 de março de 2012

A queda de Oyó


História do povo ioruba

Declínio

Atribui-se a decadência de Oyó à ascendência de Gaha e as mortes dos quatro Alafins.
Ele ficou conhecido por ter entronizado cinco reis dos quais quatro ele matou, sendo morto pelo quinto em 1774.
O Oba Abiodun foi assassinado por seu filho e sucessor, Awole no ano de 1789.
A partir daí, uma série de quebras constitucionais, intrigas dinásticas e formação de grupos sectários enfraqueceu o império.
Em 1796, o Oba Awole foi deposto pelo governo numa revolta organizada em Ilorin pelo Afonjá, Are Ona Kakanfo,
Essa revolta levou à desintegração de Ilorin, um estado ioruba que teve um papel crucial na destruição de Oyó.
Ao ser rejeitado pelo conselho, conta-se que o Oba Awole, blasfemou contra o império e rogou pragas antes de cometer suicídio. Após ter atirado farpas em todas as direções ele proclamou:
Pela vossa deslealdade e desobediência, rogo uma praga para que seus filhos lhes desobedeçam.
Se vocês envia-los em alguma incursão, que eles nunca retornem para vê-los novamente.
Atiro minhas farpas para todos os lados, para que vocês sejam levados como escravos.
Minha praga os acompanhara até o mar e além-mar. Escravos governarão vocês, e vocês serão escravos deles.
Uma cabaça quebrada pode ser costurada, mas não um prato, que minhas palavras sejam irrevogáveis.

A perda da passagem para Egbado

Conforme Oyó se debatia em intrigas políticas, seus vassalos começaram a tirar vantagem da situação e forçar a independência.
Os Egbas sob a liderança de Lishabi massacraram os Ilari que estavam estabelecidos em seus domínios e dirigiram uma força punitiva contra Oyó.

A revolta do Daomé

Quando o rei Ghezo ascendeu ao trono em 1818, ele ofereceu apenas um pequeno pedaço de pano e dois sacos de moedas para o coletor de impostos de Oyó, dizendo que qualquer coisa era desproporcional à riqueza do Daomé.
Quando vieram quarto outros coletores ele mandou decapitá-los.
Um exercito de Oyó foi desarmado e derrotado, acabando com a hegemonia de Oyó sobre o Daomé.
Após a sua independência o Daomé começou a dominar a passagem com ataques de surpresa.
  
A Jihad dos Fulanis

Após a rejeição de Awole, Afonjá, o novo senhor de Illorin, convidou um Fulani que estava de passagem, chamado Alim al-Salih, erudito em islamismo, para fazer parte de sua corte.
Ao fazer isto, ele esperava obter a ajuda dos muçulmanos iorubas, (a maioria deles escravos que tomavam conta da cavalaria) e voluntários dos hauçás fulanis do norte para manter a independência de Illorin.
Oyó, dilacerada por disputas internas, não podia defender-se dos fulanis.
Em consequência disso, Oyó-Ile foi arrasada em 1835 e o império entrou em colapso em 1836, após o assassinato de Afonjá pelos fulanis.
Desde então Illorin é governado por um emir, ao passo que os demais estados iorubas são governados por obas ou baales (Baale ou Baba Onile significando senhores ou pais da terra).

Ago d'Oyo

Após a destruição de Oyó-Ile, a capital mudou-se para Ago d' Óyo, mais para sul.
Oba Atiba, procurou preservar o que restou de Oyó, dando a tarefa de proteger o norte e o nordeste a Ibadan.
Ele também tentou obter de Igaye a proteção contra os daomeanos do oeste.
O centro do poder ioruba mudou-se mais para baixo em Ibadan, uma fortaleza de guerra estabelecida por Oyó em 1830.

O fim de Oyó

A estratégia de Atiba falhou, e Oyó nunca mais recuperou o seu domínio sobre a região.
Oyó tornou-se protetorado britânico em 1888 antes de fragmentar-se em facções guerreiras.
O Estado de Oyó deixou de existir como poder político em 1896.
O Oba Atiba faleceu em 1905, acabando para sempre com a monarquia.
Um numero crescente de prisioneiros de guerra foi transportado ate a costa para serem exportados como escravos para o Novo Mundo (Brasil, Cuba e Porto Rico), trazendo consigo a religião dos orixás.
Ao fugirem da jihad Fulani, muitos de concentraram em volta das colinas por motivos de defesa militar.
Durante o período colonial, os iorubas foram um dos grupos mais urbanizados, indo viver em cidades. E continuam assim até hoje.
A velha Oyó criou ligações entre vários núcleos como Ibadan, Osogbo e Ogbomoso, cidades que floresceram muito após o colapso.
As ruínas da velha Oyó ainda existem e fazem parte do Parque Nacional de Oyó Ile, que também é uma reserva de fauna e flora.