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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Cabeça de Bronze de um Ooni Coroado


Ancestralidade do povo Edo

De acordo com a tradição, quando o primeiro Oba do Benin (rei) faleceu, sua cabeça foi enviada para Ifé para ser enterrada, recebendo em troca uma cabeça de bronze para ser colocada no altar dos ancestrais da família.
Fascinados por essa criação, a realeza do Benin suplicou para que o rei de Ifé enviasse o artista para ensinar a arte do bronze aos seus artesãos.
O povo do Benim já era habilidoso na arte desse metal chamado bronze, mas ainda tinha dificuldades com a técnica de moldagem.
Foi enviado ao Benim o artista Ighea foi que ensinou a técnica de cera perdida, moldagem que permitia o uso de menos bronze na fundição das peças.
A técnica consiste em fazer um molde de cera e mergulha-lo numa pelota de barro.
Ao secar o barro é despejado o bronze fervente por um orifício da pelota que derrete a cera tomando o lugar dela.
Ao resfriar, o barro é quebrado, surgindo o bronze fundido com perfeição.

O Reino do Benin
Segundo a antiga fé ioruba, Odudua fundou a cidade de Ifé, por ordem de Olodum, também conhecido por Olodumare, a suprema divindade.
Odudua tornou-se o primeiro governante (Ooni) de Ifé. Vindo do Leste, teria se fixado em Ile-Ifé.
Seu primeiro filho tornou-se o Alafin (governante) de Oió.
Embora seja considerado o mais antigo estado ioruba, Ifé veio a ser superado por Oió.
Duas ondas migratórias atingiram aas terras iorubanas entre os anos 700 e 1000, a segunda delas localizando-se ao norte da floresta da Guine.
O estado Oió começou a se formar por volta de 1400, tendo como capital Oió Ile (também conhecida como Catunga, ou Velha Oió).
Favorecida por sua localização, por onde passavam varias vias comerciais, o estado ai formado passou a se destacar entre seus vizinhos.
No inicio dos séc. XVI, Oió era, porem um estado pobre se comparado a seus vizinhos Borgu e Nupe, sendo conquistado por este em 1550.
O poder de Oió, porem, estava ascendente e ao fim do século, sob o governo do Alafin Orompoto, com a riqueza obtida com o comercio, conseguiu estabelecer uma poderosa cavalaria e um exercito regular.
Oió conseguiu subjugar o Reino do Daomé a Oeste em duas etapas:
De 1724 a 1730 e de 1738 a 1748, passando a comercializar com mercadores europeus da costa através do porto de Ajase (Porto Novo).
Com a riqueza de Oió crescendo, em grande parte pelo fornecimento de escravos aos europeus, seus governantes tiveram duas posturas predominantes: uns optaram por acumular esta riqueza, enquanto outros a utilizaram para sustentar guerras expansionistas.
Esta dubiedade se encerrou com a vitória do Alafin Abiodum (que reinou por volta de 1770 e 1789) que, apos sangrentas guerras com seus oponentes, baseou o desenvolvimento econômico de Oió no comercio costeiro com mercadores europeus.
Sua negligencia com o exercito enfraqueceu este e, por consequência, o poder de Oió.
Em 1796, uma revolta contra seu sucessor, Auole, centrada na cidade de Ilorin, foi iniciada sob o comando de Afonjá, um chefe militar.
Esta revolta, que levou a independência de Ilorin, marca o inicio da decadência do Império Oió.
O Reino de Benin também esta ligado a Ifé.
A tradição afirma que o primeiro rei (Obá) de Benin era descendente de Odudua.
Benin destacou-se por sua refinada arte com bronze.
A capital de Benin (que não deve ser confundido com o atual Benin, antigo Daomé) ficava a sudoeste de Ifé.