Tradição do povo Edo
A cerimonia Emobo vem na sequencia após a Igue. Nela não há sacrifício
como as demais, nem as elaboradas danças dos chefes ou cortejos com as
aparições do Oba com suas esposas e filhos. Seu único propósito é o de afastar
quaisquer forças do mal que possam ter permanecido apesar dos rituais
anteriores.
Para esse fim o Oba senta-se sob um pavilhão especialmente construído
com pano vermelho, cor ameaçadora que tem a propriedade de afastar o mal.
Em seguida ele dança com seu agogô de marfim, cujo som
também serve ao mesmo propósito.
Os desenhos que decoram esse instrumento são repteis e
peixes, animais pertencentes ao reino perfeito de Olokun.
A predominância de alusões quanto à pureza ritual reflete o
estado ideal que o ritual Emobo busca trazer.
Nesse dia o Oba usa sua pulseira de marfim entalhada com símbolos
reais.
Esse objeto compõe o vestuário cerimonial nos dias em que o
rei dança com sua espada ou usa o agogô descrito acima.
Ha porém um motivo prático na utilização desses braceletes
de marfim, por evitar que o traje feito de contas de coral enrosque nessas
peças durante a dança.
Nos vilarejos ao redor realizam-se festejos com os mesmos
propósitos.
Fora do palácio costuma-se usar grandes gongos para afastar
os espíritos malévolos.
O ritual termina com as palavras de um chefe dizendo:
“Quaisquer que sejam os espíritos que não tenham recebido
oferendas devem dirigir-se a Udo e comer” como forma de desvia-los de do palácio
para perturbar seus antigos inimigos na antiga cidade rival.