Tradição do povo Edo
Tal como a cerimonia Ugie Erha Oba, o ritual Iguê também é
dividido em três partes, começando com os cumprimentos. Entretanto seu foco é
mais espiritual.
O rito principal, o Igue, concentra-se ao redor dos poderes
místicos do Oba.
Ervas, raízes e sementes, “os produtos geradores da
floresta", são preparados e aplicados nas diversas partes do Oba pelo
Ogiefa, sacerdote responsável pela purificação da terra, e pelo Lhama de
IIhogbe, o representante da família do Oba.
Sacrificam-se todos os animais que tem simbolismo real, o
leopardo, rei do mato, o falcão, rei dos pássaros diurnos, bem como vacas e
cabras. Oferecem-nos para a cabeça do Oba, o locus de sua sabedoria e
capacidade de vencer.
O bem estar da nação depende do bem estar do Oba. Nesse
ritual assegura-se a prosperidade e do seu povo.
No último dia da cerimônia nas primeiras horas do dia, as
crianças saem apressadas de suas casas carregando tochas para afastar os maus
espíritos.
Voltam para casa trazendo as folhas da alegria “Ewere, como
símbolos de esperança e felicidade”.
Da mesma maneira que elas, os chefes trazem essas mesmas
folhas para o palácio, no ensejo de que o Igue seja bem sucedido e para que o
Oba e seu povo prosperem no ano vindouro.
Na medida em que os poderes do Oba estejam fortalecidos, ele
usa o Ewere em cerimonias para purificar e fortalecer a nação.
Conforme a cerimonia se encerra, o Uwangue traz a urna cerimonial
para o Oba. Nela guara-se os presentes oferecidos pelo rei de Ifé, seu pai.
Esse tipo de urna é uma caixa de couro.
Ela aparece tanto na foto quanto na placa de bronze da
ilustração acima. É confeccionada pela associação de artesãos de couro e
amplamente usada para presentes cerimoniais em todo o Benim.
Semelhantes objetos também se encontram nas partes centrais
e meridionais da Nigéria, por Iorubas e Igalas.