Santeria cubana
Oggun é o Oricha (Orixá) que representa a força bruta e
inicial de um trabalho.
Este Orixá, em torno do qual há tantas lendas, possui uma
função muito importante dentro da religião ioruba, por ser o Ochogun (Axogum)
de todos os Orichas.
Sua tarefa é dar-lhes de comer, matando os animais com seu facão,
objeto que se tornou símbolo desse orixá.
Por isso o sangue que rega as sopeiras rituais dos demais
orixás é aquele que primeiro molha o seu facão, antes de dar de comer aos
demais.
Sua tarefa é a de guerrear por seus adeptos na religião e na
vida.
Segundo os mitos foi castigado por ter abusado de sua mãe
Yenbó.
Sua punição foi a de não dormir nunca, desde que o mundo é
mundo.
Oggún nasce das entranhas da terra, de onde o metal é
retirado, porque ele é o próprio ferro.
E é nas montanhas vulcânicas, Oke, que Oggún forja o seu
ferro.
Por isso ele é o patrono dos metais, das montanhas, das
chaves, das correntes, das ferramentas.
É um dos orixás mais velhos do panteão ioruba, irmão de
Shangó e Elegguá.
Violento e astuto, porém mais voluntarioso que Elegguá.
Patrono dos ferreiros, mecânicos, engenheiros e dos
soldados.
Forma, junto com Elegguá e Ochosi, a trilogia dos guerreiros
do panteão ioruba.
Suas cantigas sucedem as de Ellegua.
Se Ellegua abre os caminhos, é Oggun quem clareia a estrada
com seu facão.
Oggun vive ao lado de seu irmão Ochosi com quem sai à caça e
vai à luta e mora na entrada dos ilês, as casas de santo, para protegê-las do
mal.
É o dono do caldeirão de ferro e das correntes.
Nelas estão afixadas as vinte e uma ferramentas que ele usa
para forjar os metais e para agricultura.
Os santeros costumam besuntar essas peças com manteiga de
Corojo (epó), produto correspondente ao dendê.
Simboliza o individuo coletor que se alimenta de carne, o
caçador solitário que vagueia pela mata da qual conhece todos os segredos.
Seu nome na Regla de Ocha é Aggundá e no Palo Monte é
Zarabanda.
Suas cores são verde e o preto e seu assentamento (fetiche)
é feito com pedras retiradas de montanhas.
Recebe galos, pombas, galinhas de angola, porcos, cachorros
e por vezes touros em sacrifício.
Oggun come ritualmente inhame assado, vagens brancas,
manteiga de corojo, mel de abelhas, côco e milho torrado.
Por vezes lhe oferecem aguardente de cana e tabaco.