Santeria cubana – rito ioruba
Oricha da adivinhação, responsável pelo oráculo Ifá, sistema
muitas vezes confundido com o próprio orixá.
Ifá, como sistema profético, possivelmente seja o sistema
divinatório mais preciso e completo empregado na África Ocidental.
A origem deste jogo, de acordo com alguns sacerdotes, não é
inteiramente ioruba.
Estudiosos e Olorixas argumentam que tenha se originado no
Egito ou nas regiões desérticas.
É interessante notar que Orúnmilá é a única divindade ioruba
não representada por pedras.
Os sacerdotes de Orúnmilá são conhecidos por Babalawos, pais
do segredo (ou dos mistérios).
Sacerdotes e devotos deste oricha usam em seus pulsos
esquerdos um bracelete feito de contas verdes e amarelas, chamado ideâfá.
O ideâfá possui poder para proteger seu portador contra a
maldade e a morte inesperada.
Muitos seguidores da religião usam este bracelete com o
propósito de proteger-se da morte até que o destino decida que já é chegado o
tempo.
No território ioruba, bem como em Cuba, sacerdotes e devotos
nunca tomam decisões importantes sem antes consultar os oráculos.
Ainda não sendo o único oráculo, Ifá é um meio que guia a
vida diária e o comportamento de muitos, proporcionando fé e esperança
necessárias para tolerar e se resignar frente às muitas provas de resistência
da vida.
Orúnmilá é personificado e representado pelo ikín a noz do
fruto do dendezeiro um dos principais instrumentos utilizados na adivinhação de
Ifá.
O opón Ifá ou até, o tabuleiro oracular, também é uma
ferramenta largamente empregada por Orúnmilá, jamais faz com que seus devotos
entrem em transe.
Ifá
Ifá representa o pensamento filosófico por excelência, a
sabedoria plena, o centro de ideias cosmogónicas e cosmológicas.
A visão do mundo, as normas éticas que regem as relações
sociais dos homens, a concepção da Natureza, a vida, a morte, os preceitos
orientadores dos homens e sua conduta frente às forças contrárias ao bem.
Ifá é transmitido através dos Odus ou Odun, signos cuja
função é a de ajudar a decifrar o mundo.
São 16 signos, chamados Olodus ou Mejis.
Ei-los na linha abaixo, relacionados pela ordem hierárquica
disposta pelos sacerdotes:
Baba Ejiogbe, Oyekú, Iwori, Oddí, Iroso, Ojuani, Obara,
Okana, Ogundá, Osá, Iká, Otrupo, Oturá, Irete, Oché e Ofún. Associados a cada
signo há um conjunto de versos, provérbios e histórias ilustrativas chamados
patakíes, onde se recria o mundo simbolizado em tramas protagonizadas pelos
deuses iorubas, animais ou personagens ligados ao mesmo signo.
Ifá fala por metáforas e parábolas.
O diálogo que se estabelece entre o consulente e o sacerdote
decorre da interpretação dos odus de Orunmilá.
Dentro desse sistema divinatório existem outros signos resultantes
da combinação dos Odun básicos chamados Amulú e os compostos, totalizando 256
signos.