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terça-feira, 24 de abril de 2012

Orulá, deus da adivinhação


Santeria cubana – rito ioruba

Oricha da adivinhação, responsável pelo oráculo Ifá, sistema muitas vezes confundido com o próprio orixá.
Ifá, como sistema profético, possivelmente seja o sistema divinatório mais preciso e completo empregado na África Ocidental.
A origem deste jogo, de acordo com alguns sacerdotes, não é inteiramente ioruba.
Estudiosos e Olorixas argumentam que tenha se originado no Egito ou nas regiões desérticas.
É interessante notar que Orúnmilá é a única divindade ioruba não representada por pedras.
Os sacerdotes de Orúnmilá são conhecidos por Babalawos, pais do segredo (ou dos mistérios).
Sacerdotes e devotos deste oricha usam em seus pulsos esquerdos um bracelete feito de contas verdes e amarelas, chamado ideâfá.
O ideâfá possui poder para proteger seu portador contra a maldade e a morte inesperada.
Muitos seguidores da religião usam este bracelete com o propósito de proteger-se da morte até que o destino decida que já é chegado o tempo.
No território ioruba, bem como em Cuba, sacerdotes e devotos nunca tomam decisões importantes sem antes consultar os oráculos.
Ainda não sendo o único oráculo, Ifá é um meio que guia a vida diária e o comportamento de muitos, proporcionando fé e esperança necessárias para tolerar e se resignar frente às muitas provas de resistência da vida.
Orúnmilá é personificado e representado pelo ikín a noz do fruto do dendezeiro um dos principais instrumentos utilizados na adivinhação de Ifá.
O opón Ifá ou até, o tabuleiro oracular, também é uma ferramenta largamente empregada por Orúnmilá, jamais faz com que seus devotos entrem em transe.

Ifá

Ifá representa o pensamento filosófico por excelência, a sabedoria plena, o centro de ideias cosmogónicas e cosmológicas.
A visão do mundo, as normas éticas que regem as relações sociais dos homens, a concepção da Natureza, a vida, a morte, os preceitos orientadores dos homens e sua conduta frente às forças contrárias ao bem.
Ifá é transmitido através dos Odus ou Odun, signos cuja função é a de ajudar a decifrar o mundo.
São 16 signos, chamados Olodus ou Mejis.
Ei-los na linha abaixo, relacionados pela ordem hierárquica disposta pelos sacerdotes:
Baba Ejiogbe, Oyekú, Iwori, Oddí, Iroso, Ojuani, Obara, Okana, Ogundá, Osá, Iká, Otrupo, Oturá, Irete, Oché e Ofún. Associados a cada signo há um conjunto de versos, provérbios e histórias ilustrativas chamados patakíes, onde se recria o mundo simbolizado em tramas protagonizadas pelos deuses iorubas, animais ou personagens ligados ao mesmo signo.
Ifá fala por metáforas e parábolas.
O diálogo que se estabelece entre o consulente e o sacerdote decorre da interpretação dos odus de Orunmilá.
Dentro desse sistema divinatório existem outros signos resultantes da combinação dos Odun básicos chamados Amulú e os compostos, totalizando 256 signos.