Santeria cubana – rito ioruba
É o criador dos demais Orichas.
Representa a massa de ar, as águas frias e imóveis do começo
do mundo, controla a formação de novos seres, é o senhor dos vivos e dos
mortos, preside o nascimento, a iniciação e a morte.
De sua união com Iemanjá resultou o nascimento da maioria
dos Orixás.
É a maior divindade do panteão Ioruba, o representante de
Olodumare no Ara (terra), recebendo deste a missão de ensinar a todos os outros
Ochas.
Através de Obatalá nasceu a luz e a escuridão, a vida e a
morte, o bem e o mal.
Obatalá tem o poder e a autoridade sobre todos os Orichas, e
quando há guerra de Santo ele é o intermediário e aquele que impõe respeito.
A palavra Oba em ioruba significa poder, extensão e
expansão, o rei de todos os deuses.
É o pai da brancura.
Obatalá - Oba (rei) alá (branco)
Seu nome significa rei que veste de branco ou rei de roupas
brancas.
É o único juiz desta religião, pois a sua palavra é lei.
Representa o céu, o princípio de tudo, e foi encarregado de
criar o mundo.
Segundo a tradição oral, foi Olodumaré quem lhe confiou a
criação dos seres humanos.
Mas Obatalá amava o vinho-de-palma, e uma noite, sob os
efeitos do vinho, acidentalmente criou um número de seres deformados.
Deste descuido nasceram o albino, o anão, o corcunda, o
torto, o coxo e outros seres humanos malformados.
Por isso ele é o responsável pelos defeitos físicos, ele é
corcunda porque se recusou a fazer uma oferenda de sal numa cabaça e Èsù
castigou-o pregando a cabaça nas costas, razão pela qual não come sal.
Obatalá é o oricha da paz e da pureza.
É considerado o fim pacífico de todos os seres.
Obatalá é Orixá que determina o fim da vida.
Nas rodas da Santeria, é Exú quem inicia e Obatalá quem
termina os Xirês.
Ele faz parte dos Orixás denominados funfun, (brancos).
Não gosta nem de sangue, nem de óleo de palma (dendê).
É alheio a toda violência, disputas, brigas, gosta de ordem,
de limpeza, e pureza.
É o Orixá mais velho.
As principais características deste Orixá são: calma,
respeitabilidade, força de vontade, confiança, nada os faz mudar de opinião ou
estratégia, no entanto, aceitam as consequências de suas decisões
Seus filhos devem vestir branco às sextas-feiras.
Ele deu a palavra ao homem e durante suas festas não se fala
durante três semanas tudo é silêncio, pois a palavra é dele.
Sua maior festa é uma cerimónia chamada Águas de Obatalá que
homenageia o período em de sete anos em que ele esteve encarcerado.
Essa cerimonia culmina com o ritual do Pilão de Obatalá.
Obatalá é o único Oricha que "fala" em todos os
signos do Dilogun, em todos os Odduns, desde o 1 ao 16.
Não importa qual seja santo que esteja sendo feito ele
sempre tem que estar acompanhado por Obatala para que reine a paz para o
iniciado.
Os Lucumis reconhecem numerosas qualidades ou avatares de
Obatalá. Por serem muitos, há uma grande variedade na personalidade deste
orisha:
Ajáguna: o poderoso guerreiro e amante da guerra que muitos
consideram ser o Shangó dos Obatalás.
Yekú Yekú: o enfraquecido cego e corcunda, que representa os
pensamentos na velhice e a sabedoria que a acompanha.
Alagéma: o camaleão que testou a solidez da Terra para
assegurar que fosse suficientemente firme como para nela se estabelecerem os
humanos;
Oshaogiyán: o maduro, qualidade equilibrada de Obatalá, que
conhece o sofrimento causado pela guerra e tenta consolar a humanidade com
maturidade e compreensão.
Algumas qualidades:
Oshanlá (Orishanlá), Obanlá, e Erú Ayé são consideradas
femininas, numa clara influência Egbado.
Há cerca de cinquenta qualidades de Obatalá.
Além disso, Obatalá tem vários delegados, um grupo inteiro
de divindades tipicamente referidas como orishas fúnfún, orishas branco.