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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Povos Ewes


Na ultima pagina falou-se de Agassú, um herói mítico que foi gerado pela princesa Alìgbonon após o encontro amoroso com um leopardo.
Este rei daomeano nasceu em Tadô, cidade que fica às margens do Rio Mono, no atual Togo.
Na África pré-colonial, essas fronteiras não existiam.
Por isso quando falamos nos povos ewe-fon sabemos que eles se espalhavam por uma região se estendia ao longo da Costa da Guiné desde o Rio Mono, a oeste do Benim, em direção ao Togo e sudeste de Gana.
No final do século dezenove, após a partilha da África, os europeus redividiram esse mapa.

Ewes

O povo Ewe ocupa as partes sudoeste de Gana e dos Países vizinhos Togo e Benin, numa área designada atualmente como a Região do Volta.
As subdivisões dessa etnia compreendem os povos Anglo (Anlo), Bey (Be), e Gen no litoral, e os Peki, Ho, Kpando, Tori, e Ave no interior.
Os Ewes chegaram ao seu atual território vindos do leste.
Supõe-se que a sua terra original tenha sido Oyó, a Oeste da Nigéria.
De acordo com a tradição oral, os Ewe emigraram para Gana antes da metade do século quinze.
Conhecidos historicamente como Adjás, com o tempo mudaram esse nome para Ewe.
A maior parte do povo fala a língua Anlogbe, um dialeto do Ewe fazendo parte do grupo linguístico Gbe.
É uma língua derivada do extinto Tadô falada no reino de Aja que ficava no Sul dos atuais Togo e Benim, mais precisamente durante o século XIV.
Apesar de ser considerado um único grupo linguístico, há variações dialéticas consideráveis.
Alguns desses dialetos são mutuamente inteligíveis, mas com certa dificuldade.
Ao contrario dos povos Akans cujo sistema matrilinear prevalece, os Ewes possuem uma organização essencialmente patrilinear.
O fundador de uma comunidade tornava-se chefe e era sucedido frequentemente pelos seus parentes paternos.
A maior unidade politicamente independente era uma capitania, cuja chefia era uma figura essencialmente cerimonial assistida por um conselho de anciãos.
Essas capitanias podiam variar de população e tamanho.
Desde algumas centenas de pessoas concentradas em um ou dois vilarejos, até alguns milhares sediados em grandes cidades e campos.
Ao contrario dos Axantes, nenhuma capitania Ewe obtinha poderes hegemônicos sobre seus vizinhos.
Sua religião Tro baseia-se num ser supremo, o deus Mawu, e de várias divindades intermediárias.
É equivalente ao Vodu daomeano.

Anlo Ewe

Os povos Anlo Ewes vivem atualmente no canto sudoeste da Republica de Gana.
Eles se estabeleceram nesse local por volta de 1474,
saindo de sua terra natal Oyó.
Ao chegarem em Notsie foram bem recebidos pelo rei Adela Atogble
Após a sua morte do rei, seu sucessor, Ago Akoli, tratou-os de maneira opressiva.
Mandou exterminar todos os anciãos, para acabar com a memória e a tradição oral dos Ewes restando apenas um deles para contar a historia. A cidade de Notsie era circundada por uma grande muralha de defesa que se tornou uma barreira para o escape dos Ewes.
O plano de escape veio de Tegli, um ancião, que havia sido poupado e vivia escondido.
Ele pediu para as mulheres estenderem a roupa lavada para secar sobre as paredes de taipa da muralha, para amolecer o barro.
Quando a taipa estava bem fraca, os Ewes reunidos conseguiram fazer buracos para escapar.
Cantaram para seus deuses a “Espada da Libertação”: O Mawuga Kitkata, wuwo na mi ne miadogo, azo adzo.
Oh grande Kitikana, abra a porta para podermos passar.
Eles se estabeleceram nesse na região costeira por volta de 1474 fugindo de sua terra natal Notsie.
Ao chegarem a Gana, a maioria instalou-se nas regiões costeiras.
Devido aos inúmeros ataques causados pelos traficantes de escravos europeus, cuja frota ficava próxima de seus vilarejos.
Isso não lhes garantia nenhuma proteção contra os navios negreiros.
Portanto migraram para a região lacustre (Lagoa salgada de Keta) onde as águas rasas não permitiam que os navios tivessem acesso.
Para adaptar-se ao novo entorno construíram canoas para pescar e ter acesso ao interior aonde cultivavam terras.
Para adaptar-se ao novo entorno construíram canoas para pescar e ter acesso ao interior aonde cultivavam terras.
Na região do Volta os Ewes dividiram-se em pequenas tribos e reinos autônomos.
Os Anlo fazem parte desses grupos, formando 36 cidades ao redor da lagoa Keta.
Os adangme, moradores de Anlo, e os ga, de Glidji, falavam línguas que eram muito próximas entre si.
Ao longo do tempo, estes imigrantes foram assimilados linguisticamente pelas populações de língua gbe dos locais onde se estabeleceram.
Os adangme de Anlo adotaram a língua local, o ewe.

Jêjes

No Brasil o povo Ewe é conhecido por Jêje
Esse era um apelido depreciativo dado pelos iorubas.
A palavra Ewe-Fon, para designar uma casa é Kwe.
Em Cachoeira de São Félix ha um candomblé da nação Jeje conhecido como Kwe Ceja Undé.