Na ultima pagina falou-se de Agassú, um herói mítico que foi
gerado pela princesa Alìgbonon após o encontro amoroso com um leopardo.
Este rei daomeano nasceu em Tadô, cidade que fica às margens
do Rio Mono, no atual Togo.
Na África pré-colonial, essas fronteiras não existiam.
Por isso quando falamos nos povos ewe-fon sabemos que eles
se espalhavam por uma região se estendia ao longo da Costa da Guiné desde o Rio
Mono, a oeste do Benim, em direção ao Togo e sudeste de Gana.
No final do século dezenove, após a partilha da África, os
europeus redividiram esse mapa.
Ewes
O povo Ewe ocupa as partes sudoeste de Gana e dos Países
vizinhos Togo e Benin, numa área designada atualmente como a Região do Volta.
As subdivisões dessa etnia compreendem os povos Anglo
(Anlo), Bey (Be), e Gen no litoral, e os Peki, Ho, Kpando, Tori, e Ave no
interior.
Os Ewes chegaram ao seu atual território vindos do leste.
Supõe-se que a sua terra original tenha sido Oyó, a Oeste da
Nigéria.
De acordo com a tradição oral, os Ewe emigraram para Gana
antes da metade do século quinze.
Conhecidos historicamente como Adjás, com o tempo mudaram
esse nome para Ewe.
A maior parte do povo fala a língua Anlogbe, um dialeto do
Ewe fazendo parte do grupo linguístico Gbe.
É uma língua derivada do extinto Tadô falada no reino de Aja
que ficava no Sul dos atuais Togo e Benim, mais precisamente durante o século
XIV.
Apesar de ser considerado um único grupo linguístico, há
variações dialéticas consideráveis.
Alguns desses dialetos são mutuamente inteligíveis, mas com
certa dificuldade.
Ao contrario dos povos Akans cujo sistema matrilinear
prevalece, os Ewes possuem uma organização essencialmente patrilinear.
O fundador de uma comunidade tornava-se chefe e era sucedido
frequentemente pelos seus parentes paternos.
A maior unidade politicamente independente era uma
capitania, cuja chefia era uma figura essencialmente cerimonial assistida por
um conselho de anciãos.
Essas capitanias podiam variar de população e tamanho.
Desde algumas centenas de pessoas concentradas em um ou dois
vilarejos, até alguns milhares sediados em grandes cidades e campos.
Ao contrario dos Axantes, nenhuma capitania Ewe obtinha
poderes hegemônicos sobre seus vizinhos.
Sua religião Tro baseia-se num ser supremo, o deus Mawu, e
de várias divindades intermediárias.
É equivalente ao Vodu daomeano.
Anlo Ewe
Os povos Anlo Ewes vivem atualmente no canto sudoeste da
Republica de Gana.
Eles se estabeleceram nesse local por volta de 1474,
saindo de sua terra natal Oyó.
Ao chegarem em Notsie foram bem recebidos pelo rei Adela
Atogble
Após a sua morte do rei, seu sucessor, Ago Akoli, tratou-os
de maneira opressiva.
Mandou exterminar todos os anciãos, para acabar com a
memória e a tradição oral dos Ewes restando apenas um deles para contar a historia.
A cidade de Notsie era circundada por uma grande muralha de defesa que se
tornou uma barreira para o escape dos Ewes.
O plano de escape veio de Tegli, um ancião, que havia sido
poupado e vivia escondido.
Ele pediu para as mulheres estenderem a roupa lavada para
secar sobre as paredes de taipa da muralha, para amolecer o barro.
Quando a taipa estava bem fraca, os Ewes reunidos
conseguiram fazer buracos para escapar.
Cantaram para seus deuses a “Espada da Libertação”: O Mawuga
Kitkata, wuwo na mi ne miadogo, azo adzo.
Oh grande Kitikana, abra a porta para podermos passar.
Eles se estabeleceram nesse na região costeira por volta de
1474 fugindo de sua terra natal Notsie.
Ao chegarem a Gana, a maioria instalou-se nas regiões
costeiras.
Devido aos inúmeros ataques causados pelos traficantes de
escravos europeus, cuja frota ficava próxima de seus vilarejos.
Isso não lhes garantia nenhuma proteção contra os navios
negreiros.
Portanto migraram para a região lacustre (Lagoa salgada de
Keta) onde as águas rasas não permitiam que os navios tivessem acesso.
Para adaptar-se ao novo entorno construíram canoas para
pescar e ter acesso ao interior aonde cultivavam terras.
Para adaptar-se ao novo entorno construíram canoas para
pescar e ter acesso ao interior aonde cultivavam terras.
Na região do Volta os Ewes dividiram-se em pequenas tribos e
reinos autônomos.
Os Anlo fazem parte desses grupos, formando 36 cidades ao
redor da lagoa Keta.
Os adangme, moradores de Anlo, e os ga, de Glidji, falavam
línguas que eram muito próximas entre si.
Ao longo do tempo, estes imigrantes foram assimilados linguisticamente
pelas populações de língua gbe dos locais onde se estabeleceram.
Os adangme de Anlo adotaram a língua local, o ewe.
Jêjes
No Brasil o povo Ewe é conhecido por Jêje
Esse era um apelido depreciativo dado pelos iorubas.
A palavra Ewe-Fon, para designar uma casa é Kwe.
Em Cachoeira de São Félix ha um candomblé da nação Jeje
conhecido como Kwe Ceja Undé.