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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sociedade Secreta Abakuá


Cultura calabari do povo Ekwe em Cuba

Andrés Petit fundou uma religião, a primeira expressão afro tanto em Cuba quanto em toda a diáspora africana, que mescla o social e o político com o religioso, à maneira das sociedades africanas.
Como exemplo, a sociedade secreta Ogboni dos iorubas.
Foi ele quem preservou as tradições africanas de seus seguidores e integrou o homem branco nos cultos dos escravos, de modo que seu trabalho foi de fundamental importância na moderna sociedade afro-cubana e na espiritualidade neoafricana.
Os membros dessa sociedade secreta masculina conhecida como Abakuá, são popularmente chamados de abakuá ou (ñáñigo).
Várias ortografias são usadas para o nome: Abakwa, Abakua, Abakuá, Sociedade Secreta Abakuá.
Essa organização tem como base a lenda da violação de um segredo por uma mulher, a princesa Sikan.
Ela encontrou um peixe sagrado, o Tanze.
Tanze deu condições para que o pai de Sikue se tornasse poderoso, mas a troco de não revelar o segredo.
Sikue acabou contando tudo a seu marido.
Por isso foi castigada e condenada à morte.
Quando o peixe morreu, os membros de sua tribo tentaram em vão reproduzir o som de seu bramido usando o tambor sagrado Ekue.
E acabaram usando sua pele como diafragma para o tambor.
Essa fraternidade que inicia homens afro-cubanos possui um caráter religioso marcante, dedicando-se ao culto dos antepassados.
É um culto altamente disciplinado cujos ritos de iniciação asseguram aos membros o renascerem nessa vida e obterem a imortalidade da alma, após cumprirem adequadamente os ritos funerários quando a morte chega.
Abakwa é uma sociedade secreta que se originou no Cross River região ao sudeste da Nigéria e sudoeste de Camarões.
Geralmente conhecido como Ekpe, Ngbe, ou Ugbe entre os grupos multilíngues na região, esse grupo adotou o leopardo como um símbolo de coragem masculina em guerra e autoridade política nas várias comunidades deles.
Durante tráfico de escravos que saia da Angra de Biafra, os Ekpes e organizações relacionadas na região de Calabar supervisionavam os embarcadouros, mas no final eram capturados e vendidos como escravos dentro de Cuba, onde a sociedade reemergiu.
O termo Ñañigo também foi usado para os sócios da organização.
A Sociedade Abakwa, desenvolveu-se em Cuba por volta de 1850 entre os negros calabaris vindos de Calabar e encontrou rapidamente adeptos entre brancos, negros e mulatos de situação modesta nas regiões de Havana e Matanzas.
Ela corresponde à sociedade Ekwe, dos homens leopardo, presente nas colônias inglesas. A língua falada durante a cerimonia é a mesma, o Efik ou Ekoi.
Entretanto os Abakwas não formam uma associação tão fechada quanto na África, onde é exclusivamente masculina, e reservada apenas aos iniciados.
Devido ao seu lado pitoresco, os cubanos os apelidaram de Ñañigos, ou irmãozinhos.
Uma das oportunidades de ver os membros da sociedade é durante o carnaval de Havana.
Os Diablitos ou Ireme são os iniciados Abakwa que dançam com muitos guizos atados à cintura.
Os Iremes são os oficiantes do ritual, que saem em cortejo, purificando o caminho com suas danças, mascaras e vestimentas que evocam a pele do leopardo.
Cantos e danças Wemba são executados por um membro da confraria que sai de peito nu acompanhado por tambores, Obi, Kuchi, Yeremá e Biankome, além de um tambor solista, um sino e uma espécie de maraca.