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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Regla Arará


Cultura Fon daomeana em Cuba

Cuba recebeu uma leva de 300.000 refugiados haitianos nos últimos anos da escravidão.
Os emigrantes haitianos começaram a chegar a Cuba no final de 1790 após a famosa Revolução Haitiana de 1791, uma revolta de escravos durante a qual muitos colonos franceses mudaram-se para Cuba levando seus escravos junto.
Os haitianos trouxeram consigo as formas musicais e os tambores cerimoniais daomeanos. 


Arará


Em Cuba, sob a denominação genérica de Arará, foram introduzidos escravos africanos pertencentes ao grupo étnico ewe-fon, que habitavam os territórios do antigo Daomé.
Eram conhecidos por diversas denominações, entre as quais arará cuevano, arará magino, arará sabalú ou sabaluno, arará dahomey, etc.
A palavra Arará e seus correlatos, Rada (Haiti, Trinidad) e Arrada (Carriacou) é uma corruptela da designação Arada (Alladá), nome da capital ewe no século XV.
O nome Arará era dado aos escravos pertencentes às etnias ewe, adjá, e fon, capturados no território do antigo reino de Daomé, atual República do Benin.
A capital Alladá foi conquistada pelo reino de Uidá ou Porto Novo, conforme o chamavam os portugueses, e que pertencia aos fon.
O termo Arará refere-se a um pequeno grupo de pessoas de Cuba (especialmente nas províncias de Havana e Matanzas) e noutras partes do Caribe, que descendem dos Fons, Ewes, Popos, Mahis e de outros grupos étnicos do Daomé (atual Benim).
Apesar de existirem manifestações dispersas desse grupo em quase todo o pais cubano, os seus cultos foram refeitos apenas nas províncias de La Habana e Matanzas, onde sua transculturação recebeu o nome de Regla Arará.
Na província de Matanzas foram assentados muitos desses escravos africanos devido ao florescimento da plantação de cana de açúcar.
As localidades de maior presença arará foram Perico, Agramonte, Cárdenas, Jovellanos e Matanzas.
Atualmente elas ainda conservam as práticas mágico-religiosas de origem arará.
Com suas variantes Arará Magino, Arará Dahomey e Arará Sabaluno, respectivamente.
Os Arará cabildos eram associações étnicas que se constituíram no século XVII.
Arará Dajomé, Arará Sabalú e Arará Magino são algumas dessas, onde continuam a existir diferenças culturais regionais que remontam à África.
Nos tempos atuais esse culto sobrevive apenas em Matanzas.
O termo Arará também pode referir-se à música, dança e religião deste grupo de pessoas.
O nome Sabalú deriva de Savalu, uma cidade ao norte do Daomé, e "Magino" deriva de Mahi.
Escravos provenientes dessas áreas foram levados para outras partes das Américas.
Exemplos da cultura daomeana (tais como a música e a religião) podem ser encontrados no Haiti, Grenadines e nas cidades brasileiras de São Luis do Maranháo, Salvador, Recife e Porto Alegre.


Regla Arará


O sistema de divindades desta expressão religiosa varia conforme as localidades aonde se pratica.
Mas em linhas gerais suas divindades tem equivalência com as da Regla de Ocha.
Jurajó - Elegguá. - Ajuagún - Oggún. - Ferekete - Yemayá. - Hevioso - Changó. - Masé - Oshún. - Asojano - Babalú Ayé. - Addano - Oyá. - Ajosí - Obatalá. - Malé - Oddúa. - Naná Burukú - Naná Burukú.
Deve-se enfatizar que estas duas últimas divindades são representadas por serpentes (majáis jubo), características daomeanas, que não estão presentes em outras expressões religiosas de origem africana em Cuba.
Outro aspecto a destacar, é a importância das representações mágico-religiosas Arará no culto a São Lázaro, Babalú Ayê na Regla de Ocha.
Este orixá, divindade das enfermidades da pele e dos ossos, é muito reverenciado na religiosidade popular cubana.
Para alguns é considerado um "Santo Arará" e para outros tem origem Lucumí (ioruba), porém é rei em 'terras" Arará.