Seguidores

terça-feira, 3 de abril de 2012

Tegbessou rei do Daomé de 1732 a 1774


História do povo Fon

Seu emblema é um búfalo que usa roupa.

Do aforismo Fon: Awu djè agbo ko bo klonklonglo
Tradução: É difícil desvestir um búfalo vestido.
Significado: Na túnica de seu pai foram colocadas folhas de urtiga, e ele teve que aguentar durante o dia inteiro de sua entronização.
Isso foi feito na esperança de que ele renunciasse, mas Tegbessou resistiu e superou a provação.
Há outro aforismo relacionado à Tegbessou:  Am ma gbi gbé nou tégbessou
Tradução: O campo de inhame cobre-se de ervas daninhas.
Significado: Nos últimos tempos de seu cativeiro no pais Ioruba ele foi obrigado a cultivar um campo de inhame.

Além do búfalo vestido, possui outros símbolos como a garrucha, arma que deu aos seus guerreiros, os primeiros que tiveram acesso a armas de fogo.
E uma porta entalhada com três cabeças sem narizes, uma referência à sua vingança contra os Illorin, os coletores de tributos de Oyó, cujos cadáveres ele mutilou.

Reinado

Tegbessou foi o sexto rei a governar o Daomé. 1740 a 1774.
Seu reinado foi caracterizado por corrupção interna e decisões politicas falhas.
Ele matou muitos inimigos e golpistas, e recusou-se a pagar tributos de guerra aos iorubas.
Perdeu muitas batalhas nos ataques que se seguiram a estas atitudes.
Durante seu reinado, o Daomé ampliou o comercio de escravos, engajando-se em amargas guerras contra os seus vizinhos.
Relata-se que ele capturou e vendeu mais de 10.000 prisioneiros para vender como escravos, incluindo um importante comerciante de escravos, o rei de Uidá.
Ficou muito rico com esse comercio, estimando-se ter ganhado por volta de £250,000 anuais no período de 1750.
Foi sucedido por Kpengla.

História

Em l727, Agadja (l708-l732), lançou suas tropas sobre o reino escravizador de Savé, no atual Benin.
Com sua vitória, consolidava-se um dos principais estados escravizadores que a costa do golfo da Guiné conheceu.
Em 1740 morreu Agaja do Daomé, depois de um reino agitado em guerras perdidas de rivalidades hegemônicas com os Iorubas de Oyó.
Tegbesu, seu irmão, que passara dez anos como refém na corte do Alafin do Oyó, foi o seu sucessor.
Ele ampliou o reino com suas conquistas apropriando-se do importante centro escravista africano de Uidá, em l747.
Nesse momento, Uidá já era um grande fornecedor de escravos, principalmente para a região nordeste do Brasil.
As guerras continuaram.
Tegbesu adotou os métodos de governo que aprendeu durante o seu cativeiro entre os iorubas do Oyó.
Primeiramente a eliminação dos adversários e seus correligionários
Ficou instituído que a sucessão ao trono seria apenas direito dos primogênitos dos falecidos monarcas, excluindo-se os irmãos e familiares, ou candidatos de última hora.
Essa determinação era original e rara nas monarquias africanas, onde a poligamia e a numerosa prole do falecido rei nunca passavam despercebidas.
O novo monarca instituía também o sistema ioruba de vigilância nas províncias periféricas.
O envio frequente dos chamados illari, mensageiros do centro para a vigilância da ordem e da paz nas províncias em redor.
Numa ocasião Tegbesu fingiu a morte, para provar a eficácia do seu sistema e saber quem se atreveria aproveitar-se da oportunidade tentar sucedê-lo.
O grande problema da paz com Oyó, seu vizinho rival levou tempo e estratégia para resolver.
O Daomé de Tegbesu continuava a faltar com os compromissos de pagamento dos tributos para Oyó, conforme havia sido decidido no tratado de 1730.
O novo Alafin ioruba, Gberu, sucessor de Ojigi, autorizou Tegbesu a regressar a antiga capital no planalto do Abomé.
Mesmo assim Oyó continuava a invadir o Daomé.
Foram várias incursões, uma em 1742, outra, em 1744, e a ultima em 1748.
Tegbesu assinou um novo tratado de subordinação perpétua ao Oyó.
Uma história conta que desde este ultimo ano â 1748 - o Daomé e Oyó passaram a ser duas províncias do mesmo império.