História do povo Fon
Símbolos de Glele:
1- O facão ritual dos adeptos de Gu
(vodun do ferro, da guerra e das navalhas em geral).
2- O leão que irrompe na savana.
Do aforismo: Kinikinilan wou adou bo
Tradução: Os dentes do leão cresceram e ele é o terror do
mato.
Refere-se ao poder do rei
Sua divisa é derivada do aforismo fon: Glè li lê ma gnon zè
É impossivel desmanchar um campo bem cultivado.
Qualificativos de paciência, determinação e vontade.
Glèlè foi um rei dotado de grande fôrça de persuasão.
Qualidades que não se revelaram a nenhum antecessor ou
sucessor.
Testemunham-no inumeras visitas européias de todas as
nacionalidades à corte do Abomé para estabelecer relações diplomáticas, sem
esquecer seus contatos com os católicos.
Outro fato importante:
Por ocasião de sua morte ,suas mulheres pediram para descer
à tumba com ele.
Para elas não havia homens tão compreensivos nessa terra.
Glèlè,como seus predecessores liderou muitas campanhas
militares.ele também permitiu que os franceses se fixassem em Koutonou (a
futura Cotonu) e comercializassem ali.
História
Badohou, filho de Guezo, assumiu o trono com o nome de
Glele, tornando-se o décimo monarca do Daomé na ordem.
É preciso lembrar que Agonglo foi excluido da ordem, e por
isso não conta como rei.
Ele reinou de 1858 a 1889.
Glele continuou as campanhas militares de seu pai, em parte
para vinga-lo da morte, em parte para capturar escravos.
Assinou tratados com os franceses, que haviam comprado uma
concessão em Porto Novo.
Os franceses foram bem sucedidos nas negociações com o rei
Glele, recebendo privilegios alfandegarios e uma concessão em Cotonu.
Entretanto Glele resistiu contra a abertura diplomática com
os ingleses, desconfiando de suas maneiras e de seu ativismo contra o trafico
de escravos.
Lembremo-nos que em 1845, o parlamento britânico aprovou a
Bill Aberdeen, ( bill = ato, estatuto), lei que autorizava a Marinha do Reino Unido
a interceptar os navios negreiros brasileiros e submetia suas tripulações a
tribunais ingleses.
A lei foi um golpe de morte no comércio de escravos entre a
África e o Brasil.
Em 1850, foi aprovada a Lei Euzébio Queiroz, proibindo o
tráfico de escravos no Brasil.
A revolução francesa também havia abolido o trafico de
escravos em seu pais, no final de 1700, mas permitia que continuasse em outros
lugares.
A Inglaterra aboliu a escravatura em seu pais e nas colonias
em 1812, e sua marinha ficou famosa pelas suas emboscadas contra os navios
negreiros a partir de 1840.
Obs: A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888 pela
Princesa Isabel extingüindo a escravidão no Brasil.
Apesar da formalização dessa lei contra o trafico, e de sua
interdição pelos europeus e pelos americanos, a escravatura continuou como
instituição doméstica, tanto na agricultura quanto pelo uso de escravos como
vitimas nos sacrificios humanos.
Ao aproximar-se o fim do reinado de Glele, as relações com a
França deterioraram, devido a sua influencia comercial em Cotonu, e as
desavenças relativas a continuidade pela concessão de beneficios comerciais.
Em seu leito de morte, Glele pediu a seu filho, o principe
Kondo, que tomasse conta das negociações com os franceses.
Ele morreu em dezembro de 1889, sendo sucedido por Kondo que
assumiu o nome real de Behanzin.