Seguidores

terça-feira, 3 de abril de 2012

Rei Glèlè do Daomé - Reinou de 1858 até 1889


História do povo Fon

Símbolos de Glele:
1- O facão ritual dos adeptos de Gu
(vodun do ferro, da guerra e das navalhas em geral).

2- O leão que irrompe na savana.
Do aforismo: Kinikinilan wou adou bo
Tradução: Os dentes do leão cresceram e ele é o terror do mato.
Refere-se ao poder do rei

Sua divisa é derivada do aforismo fon: Glè li lê ma gnon zè
É impossivel desmanchar um campo bem cultivado.
Qualificativos de paciência, determinação e vontade.

Glèlè foi um rei dotado de grande fôrça de persuasão.
Qualidades que não se revelaram a nenhum antecessor ou sucessor.
Testemunham-no inumeras visitas européias de todas as nacionalidades à corte do Abomé para estabelecer relações diplomáticas, sem esquecer seus contatos com os católicos.

Outro fato importante:
Por ocasião de sua morte ,suas mulheres pediram para descer à tumba com ele.
Para elas não havia homens tão compreensivos nessa terra.
Glèlè,como seus predecessores liderou muitas campanhas militares.ele também permitiu que os franceses se fixassem em Koutonou (a futura Cotonu) e comercializassem ali.

História

Badohou, filho de Guezo, assumiu o trono com o nome de Glele, tornando-se o décimo monarca do Daomé na ordem.
É preciso lembrar que Agonglo foi excluido da ordem, e por isso não conta como rei.
Ele reinou de 1858 a 1889.
Glele continuou as campanhas militares de seu pai, em parte para vinga-lo da morte, em parte para capturar escravos.
Assinou tratados com os franceses, que haviam comprado uma concessão em Porto Novo.
Os franceses foram bem sucedidos nas negociações com o rei Glele, recebendo privilegios alfandegarios e uma concessão em Cotonu.
Entretanto Glele resistiu contra a abertura diplomática com os ingleses, desconfiando de suas maneiras e de seu ativismo contra o trafico de escravos.
Lembremo-nos que em 1845, o parlamento britânico aprovou a Bill Aberdeen, ( bill = ato, estatuto), lei que autorizava a Marinha do Reino Unido a interceptar os navios negreiros brasileiros e submetia suas tripulações a tribunais ingleses.
A lei foi um golpe de morte no comércio de escravos entre a África e o Brasil.
Em 1850, foi aprovada a Lei Euzébio Queiroz, proibindo o tráfico de escravos no Brasil.
A revolução francesa também havia abolido o trafico de escravos em seu pais, no final de 1700, mas permitia que continuasse em outros lugares.
A Inglaterra aboliu a escravatura em seu pais e nas colonias em 1812, e sua marinha ficou famosa pelas suas emboscadas contra os navios negreiros a partir de 1840.

Obs: A Lei Áurea foi assinada em 13 de maio de 1888 pela Princesa Isabel extingüindo a escravidão no Brasil.
Apesar da formalização dessa lei contra o trafico, e de sua interdição pelos europeus e pelos americanos, a escravatura continuou como instituição doméstica, tanto na agricultura quanto pelo uso de escravos como vitimas nos sacrificios humanos.
Ao aproximar-se o fim do reinado de Glele, as relações com a França deterioraram, devido a sua influencia comercial em Cotonu, e as desavenças relativas a continuidade pela concessão de beneficios comerciais.
Em seu leito de morte, Glele pediu a seu filho, o principe Kondo, que tomasse conta das negociações com os franceses.
Ele morreu em dezembro de 1889, sendo sucedido por Kondo que assumiu o nome real de Behanzin.