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domingo, 6 de maio de 2012

A Condição dos Escravos

África Negra Pré Colonial

O único grupo que tinha interesse em revirar a ordem social eram os escravos da casa do patriarca, aliados aos ba-dolo ("os desprovidos de poder," sociologicamente, os camponeses pobres). De fato, o status dos artesãos era invejável. Sua consciência não podia de modo algum ser portadora da semente de revolução. Sendo os principais beneficiários do regime monárquico, eles o defendiam, como fazem até hoje, e lamentavam o seu fim.
Por definição, todos os escravos deveriam fazer parte da classe revolucionária. É fácil imaginar o estado de mente de um guerreiro ou de qualquer homem livre cuja condição muda de um dia para o outro com a derrota na guerra tornando-se escravo. Tal como na antiguidade clássica os prisioneiros de guerra estavam sujeitos a serem automaticamente vendidos. Pessoas de alta posição tinham a chance de ser devolvidas para suas famílias em troca de certo numero de escravos. Sobrinhos pelo lado de uma irmã podiam ser dados em troca para salvar um tio. conforme indicam as expressões, na djây ("pode vendê-lo", o tio), e djar bât ("ele que pode compra-lo de volta", o sobrinho). É dai que vinham os escravos.
Nesse regime aristocrático, os nobres formavam a cavalaria. A infantaria era composta por escravos e prisioneiros de guerra. Os escravos do rei formavam a maior parte de suas forças o que resultava na melhoria de suas condições. Agora eram apenas chamados de escravos. O rancor em seus corações tinha sido amenizado pelos favores que recebiam: eles dividiam os espólios de guerra após uma expedição; podiam até fazer pequenas pilhagens em tempos de agitação social, dentro do território nacional sob a proteção do rei, contra os pobres camponeses, os bâ-dolo - mas nunca contra os artesãos cujos bens seriam restituídos caso fossem roubados.

O livro e o autor - veja no link abaixo: