Seguidores

domingo, 6 de maio de 2012

Os Bâ-Dolos

África Negra Pré Colonial 

Por definição, os bâ-dolos não eram artesãos ñéños, mas gérs, nobres de recursos modestos, fadados ao cultivo da terra. Pertencendo à mesma classe dos príncipes, que não viam mal nenhum em pilha-los de seus bens, apesar de parcos. Quando um gér era bem sucedido, podia casar-se com uma princesa de segundo escalão. Porém um bâ-dolo, não tendo recursos, apesar de ser um nobre, deveria arcar com os pesados tributos fiscais da sociedade. De fato, conforme o conceito africano de honra, aqueles de classe inferior não eram visados para a exploração e sim os que tinham posição social igual, principalmente quando esses últimos não tinham condições econômicas para defender-se, neste caso os bâ-dolo. Por esse motivo as posses dos artesãos foram poupadas. Nesses regimes de agricultura pré-industrial, verdadeiramente, todos estavam envolvidos no cultivo da terra, incluindo o rei. Porém, bem mais do que os artesãos, eram os bâ-dolo que alimentavam a população e constituíam a maioria da classe trabalhadora.
Todavia, por questões de preconceito, eles não podiam rebaixar-se a ponto de formar uma aliança com os escravos descontentes e desorganizados, sem chances de serem bem sucedidos. No decurso da história africana, esse tipo de aliança poderia levar escravos e camponeses a revoltas como a Jaquerie (ocorrida na França durante a idade média na qual os camponeses massacraram os nobres), O Egito sofreu esse tipo de revolta durante o médio império assim como a Europa medieval, não sendo nenhum deles sendo bem sucedidos. Seriam mais revoltas do que revoluções como a revolução dos burgueses na França. Na África pré-colonial a duração dos períodos de prosperidade não tinham nada a ver com os períodos de penúria, que eram quase raros e efêmeros, e que a abundância de recursos econômicos do continente tal como sua lendária riqueza, impediu que brotassem quaisquer ideias revolucionárias na consciência africana.

O livro e o autor
veja no link abaixo: