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segunda-feira, 14 de maio de 2012

Origem do povo Serer

África Negra Pré Colonial

Provavelmente também vieram do Alto Nilo. De acordo com o dicionário Pierret, Serer significa em egípcio “aquele que rastreia o templo." Isso faz sentido com a sua atual posição religiosa: eles ainda são um dos raros povos Senegaleses que ainda rejeitam o islamismo. Seus caminhos são demarcados pelas estacas de pedra encontradas na Etiópia por toda a estrada que leva a Siné-Salum. De acordo com a tese do Dr. Maes, ao analisar o vilarejo de Tundi-Doro no Sudão Frances, a origem dessas marcações vem dos cartagineses ou dos egípcios, Analisando o nome desse local ele sugere que o nome Tundi venha do Songhai para designar pedra, e Daro do árabe significando casa. Portanto Tundi-Daro significaria casa de pedra. Essa hipótese seria aceitável somente se essas pedras aparentassem casas, o que não é o caso. São monólitos esculpidos em formatos fálicos, com uma glande bem delineada e por pedras redondas na base que evocam a bolsa escrotal. Ha também pedras menores em formato triangular cujo contorno em formato de púbis parece representar o órgão sexual feminino. O autor acredita que esse local tenha sido um cemitério. Entretanto não foram encontrados nenhuns vestígios de ossos sob essas pedras. Essas pedras poderiam estar ligadas a um culto agrário, simbolizando a união ritual entre o céu e a terra, para dar a luz á sua filha, a vegetação. De acordo com as antigas crenças, a chuva que impregnava a terra (mãe) era enviada pelo céu (pai) um deus que se tornava atmosférico pela descoberta da agricultura, segundo Mircea Eliade. A vegetação que nascia era o produto divino. Essa tríade sagrada poderia ter sido a base para a Santíssima Trindade cujo conceito de pai, filho e a virgem (Maria), que teria evoluído com o tempo para Pai, Filho e Espirito Santo, substituindo o papel de mãe, da mesma forma que a tríade Osíris-Isis-Hórus. Semelhante produzindo semelhante, portanto estariam entalhados em pedra ambos os sexos, como um convite para as divindades acasalarem e trazer como fruto a vegetação que abasteceria a vida do seu povo. E por isso a necessidade de assegurar sua existência material levando os homens a tais práticas. O impulso vital, no materialismo arcaico, poderia ser expresso apenas nessa forma transposta, camuflada como metafísica. Os atuais habitantes do Tundi-Daro não foram os responsáveis pela presença dessas pedras, nem mesmo seus ancestrais de acordo com a pesquisa do autor. Podemos supor que os Serer-Wolof, tenham passado por esse estágio antes do advento da islamização. Os Serer ainda possuem o mesmo culto dessas pedras. No tempo de Bakri, os habitantes do alto rio Senegal fincavam pilares que eram usados como altares para libações e conhecidos no vocabulário daquele tempo como dekur (dek significando bigorna e kur significando pilar, em Wolof), mas dek também poderia significar altar, no sentido de receptáculo, que por sinal é o seu significado básico. Mas a análise de Tundi-Daro em Wolof é ainda mais interessante: tund=colina, e daro=união sexual no sentido ritual). Um eufemismo que a vogal i transforma em plural. Tundi-Daro na língua Wolof contemporânea significa precisamente colinas da união. Fato esse devido aos rituais serem celebrados em locais altos, montanhas ou colinas, consideradas sagradas por representarem o ponto onde o céu e a terra parecem tocar-se: a ideia de centro do mundo como em Jerusalém, a Kaaba em Meca e as montanhas sagradas dos xamãs da Mongólia. Essa ideia corroborada pelo fato de o vilarejo de Tundi-Daro está de fato diante das montanhas de arenito avermelhado. As escavações feitas até o momento nessa área confirmam a ideia de que as tumbas (tumuli) estudadas até agora não sejam tão recentes quanto à migração dos Serer. Os materiais empregados para os funerais e rituais de enterro destes eram os mesmo dos egípcios e dos imperadores de Gana. O defunto era enterrado, de forma mais ou menos luxuosa, dependendo da riqueza da família, e deitado numa cama. Em seu redor ficam dispostos os utensílios domésticos usados em vida e até um galo para acordá-lo de manhã. Com exceção de Angola aonde a mumificação ainda é praticada, ele era provavelmente mumificado de inicio antes dos tempos islâmicos. Sabemos por Sâdi que o soberano de Songhai, Sonni Ali fora mumificado de acordo com as tradições. Será possível encontra-se em futuras escavações a estrada que os Serer seguiam até o Alto Nilo. A cidade sagrada de Kaôn, que eles fundaram ao chegar ao Siné-Salum, parece ter sido uma réplica da cidade com o mesmo nome no Egito. Sabemos da existência de antigos textos em hieróglifos, conhecido por “de kaôn", por terem vindo daquela cidade. O deus do céu dos Serer, cuja voz é a do trovão, chamava-se Rôg, que é frequentemente complementado por Sen, um epiteto nacional típico dos Serer. Rôg sugere Ra. Sar é um nome amplamente usado pelos Serer designando a nobreza do antigo Egito. A variante linguística San da mesma palavra, designava a nobreza do Sudão. Sank-Koré era a vizinhança de Timbuktu, habitada por nobres, aonde foi construída a famosa universidade-mesquita de Sankoré. Sabemos que alguns faraós da terceira dinastia tinha o nome Sar, ao passo que Per-ib-Sen e Osorta-Sen (Senwart e Sesóstris) eram faraós da primeira e sexta dinastias, respectivamente. Os egípcios não tinham nomes de família como nos tempos presentes: eles adicionavam nomes como Sen, significando irmão, e que nomes modernos também derivam de expressões como esta de maneira mais ou menos disfarçada.

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