Olorun também denominado Olódùmarè é o deus da Criação para
os iorubas. Existem várias interpretações para esse nome, incluindo o do verso
recolhido por Bascom que diz: (Olódù omo Erè) "Olodu filho de
Pithon". Esse verso identifica Olodumare como sendo Orixá Oluofin, uma das
"divindades do branco" e filho de Pithon com Orixalá. Esse conceito
diverge daquele amplamente se acredita e dos mitos da criação contados pelos
sacerdotes de Ifé, no qual Olodumare está acima de todas as divindades.
Em consideração a Orixalá, Olodumare lhe deu um pouco de
terra dentro de um caramujo e uma galinha de angola com cinco dedos e enviou-o
para junto com um camaleão para formar a Terra sobre as águas primais. Todavia,
Orixalá caiu bêbado e dormiu por ter ingerido vinho de palma. Seu irmão mais
novo Odua pegou seus equipamentos e desceu do céu por uma corrente, acompanhado
por um camaleão e um calau. O camaleão derramou terra sobre a água colocando a
galinha de angola sobre essa superfície, ordenando a ela para esparramar.
Quando Orixalá acordou e viu o que tinha acontecido seguiu Odua na Terra onde
disputaram por sua posse. Quando Olodumare tomou conta dos acontecimentos,
enviou Orunmila para resolver o assunto. Ha versões desse mito em que Odua
recebe o poder de governar a Terra que havia criado. Ele tornou-se o primeiro
rei dos iorubas e a monarquia afirma ser de sua descendência. Por causa desse
incidente Orixalá proibiu aos seus adoradores o consumo desse vinho assim como
os outros derivados da palmeira (o azeite de dendê).
A Orixalá foi dado o poder de moldar os corpos humanos,
tornando-se o criador da humanidade.
Oranmiyan ou Oranyan é outra divindade importante entre os
Orixás da criação. Diz-se que ele teve dois pais e por isso possui parte do
corpo branco parte negro. Ele tornou-se um grande guerreiro como seu pai Ogum,
deus do ferro, e é tido como o fundador do reino de Oyó.
Orixalá, o deus da brancura e Criador da Humanidade, já foi
mencionado anteriormente, porém requer maiores considerações devido a sua importância.
Tendo recebido a incumbência de moldar os corpos humanos, também criou a
primeira mulher. O primeiro casal de acordo com as informações de Salako foram
Gbegbade e Motawede, outros nomes dados aos Orixás Rowu e Yemo. Orixalá também
molda os corpos dentro do ventre materno. Por isso é conhecido como o escultor
de Olorun sendo louvado como (Agbokùnkùn sonà) “Aquele que esculpe na
escuridão" e (Eni to sojú semú)” A pessoa que molda os olhos e o
nariz". Num dos versos conta-se que Exu encontrou os entalhes de Orixalá e
com isso aprendeu a moldar os pés, a boca e os olhos.
Outra louvação para Orixalá é (Adáni bó ti rí) "Aquele
que cria as pessoas como escolhe". Crianças albinas (áfín), corcundas
(abuké), mutiladas (aro), anãs (aràrá) e surdas-mudas (odi) são sagradas para
ele. Um quarto nome de louvor é “Marido de corcunda, marido de mutilado, marido
de anão que tem cabeça chata" (Oko abuké, oko aro, oko aràrá aborípèté), e
os versos mencionam tanto mutilados quanto albinos. Aqueles que nasceram
enrolados no cordão umbilical (òké àlà) também são consagrados a Orixalá e
recebem nomes que mencionam esse fato.
William Russell Bascom
1912-1981
William R. Bascom nasceu em 1912 em Princeton, Illinois.
Diplomou-se em Física no ano de 1933 na Universidade de
Wisconsin, Madison.
Decidiu tomar um rumo diferente em carreira obtendo o
mestrado em Antropologia em 1936.
Em 1939, foi o primeiro aluno a receber um Ph. D. em
Antropologia na Northwestern University como discípulo de Melville Herskovits.
Publicou Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to
the New World (1980) Dezesseis búzios: adivinhação ioruba da África para o Novo
Mundo (1980).
Ifa Divination, Traduzido - Bascom, William
Sixteen Cowries - Extratos do livro - Bascom, William
Sixteen cowries: Yoruba divination from Africa to the New
World
Autor William Russell Bascom
Edição reimpressão, ilustrada
Editora Indiana University Press, 1993
ISBN 0253208475, 9780253208477
Num. págs. 790 páginas