Oxum é a deusa do rio Osun, que nasce no Ekiti ao leste e
atravessa a cidade de Oshogbo, aonde se situa o seu principal santuário. Os
versos contam que ela desposou Orunmila e Orixalá, e seus fieis acrescentam que
ela foi casada com Ogum, Xangô, Xapanã e Ossãe em outros tempos, além de ter
amado outros deuses. Em um de seus mitos está frisado que "Oxum é mais
ligada em sexo do que todas as outras mulheres". Por causa de sua volúpia
ela é apresentada por seus fieis como uma mulher promíscua, guardando uma
admiração por seus encantos e sedução.
Esta Vênus iorubana é reconhecida por sua beleza e cuidados
com a sua aparência, além de ser admirada pela fertilidade. Seus fieis em Oyó
dizem que ela ajuda as mulheres na concepção e cuida das crianças que ainda
estão nó útero, antes de oxalá dar-lhes forma humana. Ela também usa água fria
para curar febres.
É conhecida como "A dona da água fria", "Oxum
me deu", "Sabedoria", "Nossa mãe", "Minha mãe,
Otolo Efon", e Oladekoju. Um fiel em Ilesha interpretou
"Ladekoju" como "Tem muitas coroas" referindo-se ás coroas
de búzios, e Otoro Efon como” Estabelecida em Efon" no Ekiti. Seus
adoradores em Oshogbo dizem que ela veio de Igede, uma cidade situada a sete
milhas a oeste de Ado Ekiti.
Num verso Oxum dá filhos para o povo de Oshogbo, mas eles
não lhe dão atenção. Por causa disso ela traz febre para as crianças e só cura
ao receber sacrifícios. Suas oferendas compreendem o alface selvagem, bolinhos
fritos, sopa de amido de milho (maizena),
nozes de kola, e galinhas. Ela bebe cerveja de milho, mas o
sorgo é seu tabu. Diz Orunmila que "ela não tem maior tabu do que o
sorgo", porém quando ele derrama cerveja de sorgo sobre ela, fica
inabalável sentada com todo esplendor em seu trono. Quando esse verso é
recitado, recomenda-se ao consultante oferecer a Oxum o seu tabu, e em seguida
suas comidas favoritas. Em outro verso conta-se como ela desistiu da cerveja de
sorgo e bebeu a de milho para engravidar. Oxum capturou a Cidade das Mulheres e
levou-as para Ojogbomekun aonde é adorada. Seu principal metal é o latão, chamado
de "o seu filho primogênito”, por isso seus fieis usam braceletes de latão
com suas insígnias.
William Russell Bascom
1912-1981
William R. Bascom nasceu em 1912 em Princeton, Illinois.
Diplomou-se em Física no ano de 1933 na Universidade de
Wisconsin, Madison.
Decidiu tomar um rumo diferente em carreira obtendo o
mestrado em Antropologia em 1936.
Em 1939, foi o primeiro aluno a receber um Ph.D. em
Antropologia na Northwestern University como discípulo de Melville Herskovits.
Publicou Sixteen Cowries: Yoruba Divination from Africa to
the New World (1980) Dezesseis búzios: adivinhação ioruba da África para o Novo
Mundo (1980).
Ifa Divination, Traduzido - Bascom, William
Sixteen Cowries - Extratos do livro - Bascom, William
Sixteen cowries: Yoruba divination from Africa to the New
World
Autor William Russell Bascom
Edição reimpressão, ilustrada
Editora Indiana University Press, 1993
ISBN 0253208475, 9780253208477
Num. págs. 790 páginas
