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terça-feira, 8 de maio de 2012

Reféns

África Negra Pré Colonial 
Governo e Administração

Reféns

Todos os soberanos do Sudão achavam politica e administrativamente prudente obrigar os filhos de seus vassalos a prestar serviços por um determinado período em seu palácio. Alguns desses jovens príncipes ali permaneciam durante toda a sua vida como pajens, e obviamente tratados de acordo conforme sua importância, enquanto outros voltavam para suas províncias de origem após terem passado alguns anos como reféns. Sâdi observou que esse costume durou desde o tempo do Mali até seus dias, e foi um consenso por todo o Sudão.
Então, Ali-Kolon, o futuro Sonni Ali, foi o primeiro refém do Mansa de Mali, em Songhai, sua pátria naquele tempo, sujeita ao Mali. Sabe-se que, apesar das precauções tomadas pelo soberano, seu pai, ele teve que escapar para o reino de Kaoga, cujos limites antes de sua ascensão, não se estendiam além dos subúrbios daquela cidade. O plano concebido e executado por Sonni Ali prova, se isso for o caso, que as medidas tomadas pelos reis sudaneses não eram necessárias. Durante esse período de criação dos filhos de seus vassalos, eles esperavam faze-los compartilhar suas próprias ideias, para mantê-los fortemente identificados com os interesses do reino, para que nunca mais se sentissem estrangeiros obrigados a combate suas devoções filiais. Essas eram as precauções no encalço de uma politica de estreitamento de laços entre várias províncias e o berço do reino, um esforço de integração após a anexação de uma província. Exatamente do mesmo modo, que num período anterior, os faraós egípcios faziam com os filhos dos príncipes asiáticos que eram seus vassalos durante o reinado de Tutmosis III, da decima-oitava dinastia. Esse processo de assimilação era apenas um dos métodos usados na administração governamental africana. 

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