A viola é incorporada ao conjunto de percussão para aumentar
as possibilidades melódicas dos Sambas de Caboclo, inclusive algumas letras focalizam
a presença desse instrumento, como por exemplo:
Viola meu bem, viola
Vou m´embora pro sertão
Viola meu bem, viola
Eu aqui não me dou bem
Viola meu bem, viola
Sou empregado da Leste
Sou maquinista do trem
Vou m´embora pro sertão
Eu aqui não me dou bem
Viola meu bem, viola
Viola meu bem, viola
Nos conjuntos instrumentais de samba de Partido e de
Terreiro a formação básica é de percussão, incluindo a viola e o cavaquinho.
Talvez a influência dessa formação tenha aparecido no conjunto do Samba de
Caboclo que é, praticamente, o único conjunto agregado aos terreiros
afro-brasileiros que se utiliza da viola.
por Raul Giovanni da Motta Lody
Publicado em 1977, Ministério da Educação e Cultura,
Departamento de Assuntos Culturais, Fundação Nacional de Arte, Campanha de
Defesa do Folclore Brasileiro (Rio, RJ).
Raul Geovanni da Motta Lody (Rio de Janeiro, 1952), é um
antropólogo, museólogo e professor brasileiro, responsável por vários estudos
na área das religiões afro-brasileiras, sobretudo na Bahia.
Suas principais pesquisas antropológicas e etnológicas
resultaram na publicação do Dicionário de Arte Sacra e Técnicas
Afro-Brasileiras.