O livro Francisco Félix de Souza, Mercador de Escravos, conta a história do Chachá, um baiano que fez fama e fortuna ao se aliar ao rei do Daomé na conquista do trono, ganhando privilégios no comércio de negros no Brasil colonial.
No Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, há um tamborete africano esculpidoem madeira. Está ali pelo menos desde 1823, quando Maria Grahan, preceptora das princesas imperiais, registrou, em seu diário de viagem ao Brasil, que era um belo trono e que pertencia a um príncipe africano. Seu dono era o soberano do Daomé, um reinado situado na Costa dos Escravos, na África, onde hoje fica a República do Benin.
Não é um assento qualquer: pode ser o trono daomeano mais antigo que existe, de acordo com Alberto da Costa e Silva, poeta, embaixador, estudioso da história da África e autor de âFrancisco Félix de Souza, Mercador de Escravos, livro lançado em 2004 pela editora Nova Fronteira, um retrato surpreendente das relações da cultura africana com o Brasil colonial.
A raridade guardada no Museu Nacional é um símbolo da proximidade do Brasil com a África, desde a época da escravidão.
O continente africano era habitado por nações estruturadas, com as quais a Europa comerciou muito tempo antes da colonização.
O colonizador chegava num lugar onde havia o sultão de Caarta, o sultão de Socotô, o emir de Kano, o emir de Katsina, o maí de Bornu, o rei de Bamum, com cortes bem organizadas, nas quais se aplicava a xariá ou a lei islâmica.
Com estruturas políticas requintadas, como os reinos de Axante, do Daomé e do Benim, e com uma tradição de Estado tão completa quanto a de qualquer reino saído da Idade Média européia.
Costa e Silva lançou o livro sobre Francisco Félix de Souza, um brasileiro, natural de Salvador, que foi um dos maiores mercadores de escravos da história e vice-rei do Daomé.
Uma das epopéias descritas no livro é a de um soberano que ficou sem seu trono. Aqui voltamos ao tamborete sagrado que fez uma longa viagem entre a cidade de Abomé e o Rio de Janeiro.
O tamborete do Museu Nacional pode ter sido mandado de presente a D. João VI, em uma das embaixadas enviadas pelos reis daomeanos para tratar do comércio de escravos.
Outra hipótese é que o trono tenha pertencido ao rei Adandozan, deposto por um parente, Guezo, em 1818.
Decidir o que fazer com ele, depois do golpe, não foi uma questão trivial.
O trono é sagrado, porque nele está a essência do poder.
Assim, não pode ser queimado, jogado fora, vendido.
Mais seguro era enviá-lo para longe, e foi isso o que os daomeanos fizeram.
Exilaram o trono.
Mandaram para o Brasil ,explica Costa e Silva.
No Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, há um tamborete africano esculpido
Não é um assento qualquer: pode ser o trono daomeano mais antigo que existe, de acordo com Alberto da Costa e Silva, poeta, embaixador, estudioso da história da África e autor de âFrancisco Félix de Souza, Mercador de Escravos, livro lançado em 2004 pela editora Nova Fronteira, um retrato surpreendente das relações da cultura africana com o Brasil colonial.
A raridade guardada no Museu Nacional é um símbolo da proximidade do Brasil com a África, desde a época da escravidão.
O continente africano era habitado por nações estruturadas, com as quais a Europa comerciou muito tempo antes da colonização.
O colonizador chegava num lugar onde havia o sultão de Caarta, o sultão de Socotô, o emir de Kano, o emir de Katsina, o maí de Bornu, o rei de Bamum, com cortes bem organizadas, nas quais se aplicava a xariá ou a lei islâmica.
Com estruturas políticas requintadas, como os reinos de Axante, do Daomé e do Benim, e com uma tradição de Estado tão completa quanto a de qualquer reino saído da Idade Média européia.
Costa e Silva lançou o livro sobre Francisco Félix de Souza, um brasileiro, natural de Salvador, que foi um dos maiores mercadores de escravos da história e vice-rei do Daomé.
Uma das epopéias descritas no livro é a de um soberano que ficou sem seu trono. Aqui voltamos ao tamborete sagrado que fez uma longa viagem entre a cidade de Abomé e o Rio de Janeiro.
O tamborete do Museu Nacional pode ter sido mandado de presente a D. João VI, em uma das embaixadas enviadas pelos reis daomeanos para tratar do comércio de escravos.
Outra hipótese é que o trono tenha pertencido ao rei Adandozan, deposto por um parente, Guezo, em 1818.
Decidir o que fazer com ele, depois do golpe, não foi uma questão trivial.
O trono é sagrado, porque nele está a essência do poder.
Assim, não pode ser queimado, jogado fora, vendido.
Mais seguro era enviá-lo para longe, e foi isso o que os daomeanos fizeram.
Exilaram o trono.
Mandaram para o Brasil ,explica Costa e Silva.