Seguidores

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carybé - Apresentação da exposição no Museu Afro Brasil em 2006

Carybé

Museu Afro Brasil apresenta a maior mostra de Carybé já feita no Brasil

Batizada de O universo mítico de Hector Julio Paride Bernabó – o baiano Carybé, exposição vai de 28 de abril a 02 de julho; com curadoria do diretor do Museu Afro Brasil, Emanoel Araujo e patrocínio da Petrobras, reunirá quase 500 peças, terá visitas monitoradas e oferecerá ainda ações de arte-educação. A abertura acontecerá quinta-feira, dia 27 de abril, às 19h.
Esta é a maior e mais significativa mostra do artista no Brasil, que teve trabalhos expostos em São Paulo no Ibirapuera em 2000, durante a Mostra do Redescobrimento Brasil + 500 Anos. Sem caráter de retrospectiva e obedecendo a uma certa ordem cronológica da produção do artista, a exposição O universo mítico de Hector Julio Paride Bernabó – o baiano Carybé reforça iniciativas que buscam dar o real valor ao trânsito da arte de Carybé entre o sagrado e o profano.
“Vamos expor um acervo significativo capaz de mostrar a verdadeira universalidade da baianidade de Carybé para lhe dar a importância histórica e antropológica devidas”, diz Emanoel Araujo. Para ele, a magnitude do trabalho do artista estará representada em pinturas, desenhos e esculturas e nos objetos da cultura africana, afro-baiana e cristã que Carybé colecionava em seu espaço de trabalho, e que compõem a mostra.
Emanoel considera Carybé um dos principais renovadores da arte moderna da Bahia, ao lado de Mario Cravo Jr, Carlos Bastos, Jenner Augusto e Rubem Valentim. “Como Jorge Amado, Dorival Caymmi, Pierre Verger, Bina Fonyat e Odorico Tavares, ele fez da Bahia a mítica cidade religiosa e sincrética, que muitas vezes materializou através de seus magníficos desenhos. Seu olhar foi profundo por ter aprendido as sutilezas de uma sociedade mestiça e multicultural”, explica o curador.
“Carybé foi também um profundo devoto do universo negro da Bahia, o qual registrou, conviveu, viveu e aprendeu como poucos o fizeram. Esta forma ‘africana’ de ser, que ainda reside e na Bahia através dos deuses, das Iyabás e das mães e pais-de-santo, que cultuam em seus terreiros os orixás trazidos como patrimônio intangível do povo africano”, relata Araujo.
O artista via na Bahia a mítica cidade religiosa e sincrética que ele muitas vezes materializou através de seus desenhos.
Seu olhar foi profundo por ter aprendido as sutilezas de uma sociedade mestiça e multicultural.
O terreiro Opô Afonjá lhe serviu de inspiração para a criação de seu álbum de aquarelas sobre os rituais, as armas, as roupas e danças dos Orixás. A exposição traz suas pinturas, desenhos e esculturas e os objetos da cultura africana, afro-baiana e cristã.
Hector Bernabó adotou o cognome Carybé na juventude, em referência a um peixe selvagem, e recebeu o apelido de ‘capeta Carybé’ de seu amigo Jorge Amado. Muitas vezes foi encontrado no terreiro do Opô Afonjá, acompanhando Mãe Senhora, de quem recebeu o posto de Obá da casa de Xangô. Filho de Oxóssi, Carybé apropriou-se do Opô Afonjá como inspiração para a criação de seu extraordinário álbum de aquarelas sobre os rituais, as armas, as roupas e danças dos Orixás.
Nascido Hector Julio Paride Bernabó, em 1911, em Lanus, na Argentina, e morto em 1997, em Salvador, Bahia, Carybé viveu a infância entre Gênova e Roma, na Itália. Mudou-se para o Brasil e freqüentou, no Rio de Janeiro, a Escola Nacional de Belas Artes. Seguiu mais tarde para Salvador (BA), onde se fixou definitivamente a partir dos anos 50.
Seu currículo inclui dezenas de exposições individuais no Brasil e no exterior e diversas participações em exposições coletivas. Em 1956 teve sala especial na Bienal de Veneza (Itália). Ilustrou livros de Mário de Andrade (Macunaíma, edição da Sociedade dos 100 Bibliófilos do Brasil, em 1957, obra reeditada em 1979 pela Edusp, comemorativa do cinqüentenário do romance, com texto de Antonio Bento), de Rubem Braga (A Borboleta Amarela, 1953), de Gabriel Garcia Márquez (O Enterro do Diabo, 1970) e de Jorge Amado (O sumiço da santa: uma história de feitiçaria, 1988), entre tantos outros. Em 1996 expôs na Casa da Galícia, em Madri (Espanha) e na Galeria Debran’t, em Paris (França).

Exposição
O universo mítico de Hector Julio Paride Bernabó –o baiano Carybé
Curador: Emanoel Araújo
Local Museu Afro Brasil – Espaço Petrobras
Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega
Parque Ibirapuera – Portão 10
Visitação - Gratuita
De 28 de abril a 02 de julho de 2006
De terça a domingo, das 10h às 18h