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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Casa Branca do Engenho Velho

Ilê Axé Iya Nassô Oká / Terreiro da Casa Branca
No período da escravidão no Brasil, os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyó e Keto, fundaram um centro num engenho de cana.
Depois se agruparam num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô, que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência.
Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iya Detá, Iya Kalá e Iya Nassô. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká.
A Ilé Iya Nassô funcionava numa Roça na Barroquinha, dentro do perímetro urbano de Salvador.

O Terreiro

O Terreiro é de Oxóssi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas.
Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o caráter sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.
O terreno fica situado numa encosta que se estende no lado direito da atual Avenida da Gama, no sentido de progressão para o Rio Vermelho, entre as Ladeiras Manoel do Bonfim e do Bogum.
No início, as atividades do Ilé Axé sofreram perseguições da Sociedade e por parte da Polícia. Já no período da República, o candomblé fora proibido de exercer as suas atividades e os Terreiros ficaram subjugados à Delegacia de Jogos, Entorpecentes e Lenocínio.
Hoje porém a situação é diferente. Existe na Prefeitura de Salvador, o Projeto MAMNBA da Pró-memória, sob a direção do Antropólogo Ordep José Trindade Serra, cujo objetivo é proceder ao Mapeamento de Sítios e Monumentos Religiosos Negros na Bahia.
O Ilé Axé Iya Nassô é o 1º Templo de Culto Religioso Negro no Brasil - Casa Branca do Engenho Velho. É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil.
O Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho tem como Iyalorixá a Iyalorixá Altamira Cecília dos Santos, secundada pelas veneráveis Iya Kekeré Juliana da Silva Baraúna e Otun Iya Kekeré Areonite Conceição Chagas.
Possui um vasto Colégio Sacerdotal composto pelas Iya bomin, Ogans e Olossés, além de muitas Iyaôs e Abians. Deu origem a inúmeros Templos Afro-Brasileiros.

Sacerdotisas

Iyá Nassô
Marcelina da Silva -
Maria Julia Figueiredo -
Ursulina de Figueiredo -
Maximiana Maria da Conceição -
Maria Deolinda -
Marieta Vitória Cardoso -
Altamira Cecília dos Santos -

Calendário de festas

As obrigações religiosas da Ilê Axé começam no fim de maio ou princípio de junho com a Festa de Oxossi. No dia de Corpus Christi tem a tradicional Missa de Oxóssi
A Festa de Xangô Airá tem lugar a 29 de junho.
Na última sexta-feira de agosto, realiza-se a Cerimônia da Às Águas de Oxalá, seguindo-se os três domingos consecutivos, nos quais se festeja Odudwa no primeiro, Oxalufan no segundo e a Festa do Pilão em homenagem a Oxaguian, no último domingo.
Na segunda-feira imediata, festeja-se Ogum e na seguinte Omolú.
Havendo no entanto, um espaço para iniciação de novas filhas, prossegue as festas em louvor a Yansã, Xangô, Festa das Iabás e Oxum, terminando o cíclo festivo no final de novembro.