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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Aso Oke, panos dos tecelões nigerianos

No século XIX os governantes dos reinos Ioruba do sudoeste da Nigéria, mantinham e patrocinavam em seus ricos palácios, a maioria dos artistas, de diversas especialidades, artesãos de couro, entalhadores de cabaças, tamboreiros, enfiadores de miçangas, artistas da ferragem artística e da fundição em bronze, assim como tecelões , alfaiates e bordadores.
O estado Imperial Ioruba de Oyó era o mais poderoso de todos esses reinos, e a antiga cidade de Ife permanece sendo o antigo centro cultural e religioso.
O tecido era o centro da vida social, religiosa, econômica e cultural dessas sofisticadas e complexas comunidades Africanas.
No território de fala Iorubá da Nigéria, convivem duas formas de tecelagem, a dos teares de trama simples usado pelas mulheres, e os teares estreitos de trama dupla, operados na maioria dos casos por homens.
No século XX a tecelagem feminina caiu drasticamente, conforme falamos anteriormente.
Contrariamente, a tecelagem Ioruba Aso Oke, é sem duvida uma das tradições mais vibrantes e bem sucedidas, de toda África contemporânea.
Atualmente a tradição dos centros de tecelagem Aso Oke, produzem três tecidos bastante prestigiados: Etu, Sanyan e Alaari. Sem falar na ampla gama de outros panos que foram tecidos no passado.
Esses três panos ainda estão profundamente associados com o respeito pela tradição e consciência de identidade Ioruba, apesar de terem sido suplantados ha longo tempo por modismos recentes.
Etu é um tecido tinto a índigo azul escuro quase preto, cujo processo envolve varias imersões na tinta para que atinja essa tonalidade. Esse tecido é tramado com listas brancas de trama e urdume, e às vezes de um azul claro.
O nome Etu vem da semelhança com a plumagem da galinha de angola, pelas pintas de sua plumagem. Um verso de Ifa descreve Etu como o pai de todos os tecidos.
Sanyaan é um tecido de seda bege obtida do mofo dos caramujos Anaphe, que dão esse colorido irregular de um marrom pálido.
Alaari é o nome Iorubá dado aos panos tecidos com retalhos de seda magenta que ate décadas recentes era trazido da Europa através do Saara, via Trípoli.
Os panos tecidos inteiramente com essa seda eram extremamente raros, sendo mais comum tece-los com listas ou tramados no índigo.
Ate meados do século XX, o Aso Oke era usado apenas em cerimonias do nome para bebes, noivados, casamentos, aniversários, cerimonias de posse, funerais bem como nos dias santos dos cristãos e muçulmanos.
Um dos motivos que esse tecido não obteve a mesma repercussão do que o Kente no território Africano deve-se ao seu limitado colorido.
Atualmente Aso Oke esta mais popular do que nunca, entre a população crescente de iorubas na Nigéria, e amplamente usado pelos Iorubas que vivem em Gana e no Togo. Desde os anos 90, mulheres também começaram a tecer esses panos.



fonte:
http://adireafricantextiles.blogspot.com/