Os tecidos "Fancy print" produzidos na Europa para atender ao mercado colonial africano surgiram na década de 1920 como forma mais barata de estampar do que as usuais impressões em resina chamadas de "cera holandesa". Embora fossem de qualidade inferior e a parte impressa fosse apenas numa face, eles se destacavam dos tradicionais por sua versatilidade abrindo um novo leque de possibilidades decorativas obtendo, consequentemente, um novo papel social. Ao contrário das impressões de cera, a tecnologia de estampas extravagantes permitiu a reprodução de imagens fotográficas. Essa técnica foi rapidamente adotada para produzir aquilo que se conhece por panos comemorativos. No início eram usados para fins funerários, devido à importância das cerimônias fúnebres na Costa do ouro (atual Gana). Uma dessas estampas que data de 1928 encontrada nos arquivos da United África Company mostra uma mulher, presumivelmente esposa de um comerciante rico, conhecida apenas como "Mammy", enquanto outro de 1931 retrata um falecido, em seguida, chefe Ewe. Ha, também um pano da década de 1930 que mostra Kojo Thompson, um proeminente militante pela independência (Picton 2001:161). Outros panos comemoraram eventos específicos, como uma visita à Costa do ouro pelo Príncipe de Gales. Em muitas partes da África, existe uma longa tradição de líderes, chefes e "grandes" homens e mulheres distribuindo pano para seus seguidores.
Na década de 1960, os novos líderes da África independente adotaram rapidamente esse novo meio para se promover. Os panos eram impressos à custa do governo e distribuídos gratuitamente, subsidiados ou vendidos por mulheres nos mercados. Serviam para promover eventos específicos como campanhas políticas, ou fazendo parte de uma política de promoção pessoal. Vestir esses panos representava também fidelidade ao poder, por menos que o usuário fosse a favor do governo, mas simplesmente por prudência. Os panos exibidos nessa foto fazem parte de uma coleção particular que se especializou nos países da África francófona. Num estudo comparativo de panos comemorativos em outras áreas da África, verificaram-se semelhanças e diferenças indubitavelmente interessantes.
Algumas personalidades retratadas.
Um tecido estampado datando de 1975 em campanha contra o movimento antiapartheid e pela libertação do presidente Nelson Mandela da prisão.
Foi estampado na Inglaterra e esteve a venda nos países francófonos.
Leopold Sedar Senghor, Presidente do Senegal de 1960-80. Estampado para o seu funeral em 1996
Denis Sassou N'Guesso, atual Presidente e Primeiro Ministro do Congo (Brazzaville). Tecido comemorativo datado de 1980.
Abdou Diouf, Presidente do Senegal 1981-2000. Tecido comemorativo datado de 1992.
Mobutu Sese Seko (1930-1997,) Presidente do Zaire 1965-97. Tecido comemorativo datado de 1992.
Albert-Bernard Omar Bongo (b.1937,) Presidente do Gabão 1967 continua no poder. Tecido comemorativo datado de 1975.
Henri Konan Bedie (b.1934,) Presidente da Costa do Marfim 1993-99. Tecido comemorativo datado de 1995.
Albert-Bernard Omar Bongo (b.1937,) Presidente do Gabão eleito em 1967. Tecido comemorativo datado de 1971.
Felix Houphouet Boigny (1905-1993,) Presidente da Costa do Marfim 1960-93, com o presidente Giscard da França Giscard. Tecido comemorativo datado de 1978
Mobutu Sese Seko (1930-1997,) Presidente do Zaire 1965-97. Tecido comemorativo datado de 1982 promovendo o plano de cinco anos.
fonte:
http://adireafricantextiles.blogspot.com/
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