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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Mascaras Guro - Costa do Marfim

A tribo Guro originalmente conhecida por Kweni foi brutalmente colonizada pelos invasores europeus de 1906 a 1912.
A tribo Baule dominante na região é quem apelidou os Kweni como Guro.
Os Guro habitam o território Baule, na Costa do Marfim, e são uma das tribos mais prolificas na produção de arte africana.
O ano 1906 marcou uma guinada na civilização Guro.
Até este ano haviam sido protegidos da colonização por morarem dentro da floresta densa, o que inibia o contato com o europeu.
Mas a partir de então os belgas começaram a ultrapassar esses obstáculos.
A reação dos Guro foi o nomadismo.
Deixando suas terras e deslocando-se constantemente, conseguiram evadir-se da dominação europeia, mas em 1912 acabaram sendo colonizados.
Desde então eles tornaram-se agricultores voltados à própria subsistência.
Os Guro produzem algodão, arroz, café e cacau.
Os homens aram a terra e as mulheres plantam.
Os vilarejos Guro, não são governados por um chefe, mas por um conselho de anciãos, onde cada família tem seu representante dentro do conselho.
Um ancião de destaque pode ser designado para mediar disputas e servir como contato com as tribos vizinhas, mas nunca terá a autoridade de um chefe.
A vida cotidiana da tribo é dominada por sociedades secretas e pelas crenças em espíritos protetores, para os quais constroem sacrários e imagens.
A mais significativa dentre elas é a sociedade Je, responsável pelas questões politicas, sociais e jurídicas, decisões de paz e guerra, controle, proteção contra as forças malignas, e a de assistir a funerais de seus membros.
Essa sociedade masculina usa uma variedade de mascaras antropomórficas e zoomórficas, algumas sobre cetros, e ostensivamente fatais para as mulheres.
A arte Guro se destaca pelo extremo refinamento.
Os estilos Guro e Baule, são difíceis de serem distinguidos.
As características mais visíveis nas mascaras são os olhos amendoados, a testa arredondada, o nariz finamente entalhado, e a boca com lábios delicados.
Os penteados delicadamente esculpidos e bastante elaborados. Essas mascaras são geralmente pintadas com tintas naturais.
Os guro têm marcas distintas. Os rostos humanos de suas máscaras são mais compridos formando um perfil em S entre a testa e a curva do nariz.
A tatuagem esculpida sobre a testa e as faces é uma representação das tatuagens protuberantes nos rostos masculinos. Outro detalhe é a gola de madeira na base da mascara para a fixação do manto de rafia.
Ha mascaras policromadas e de madeira natural. Sua tendência é mais zoomórfica do que a dos Baule. Orelhas de elefante, ou uma crista de galo ou de outros pássaros sobre a cabeça.
Os penteados são frequentemente entalhados em formas geométricas elaboradas, sobre chifres ou totens de animais.
Em algumas o nariz é substituído por bicos de aves.
A Zamble é uma mascara pouco conhecida combinando as feições da hiena, do crocodilo, leopardo e antílope. Muitas dela são policromadas.
Ha também mascaras humanas com longos chifres e encimadas por uma estrutura na forma de uma ou duas figuras humanas.
Essas mascaras são usadas em conjunto com trajes muito volumosos de palha de palmeira ou de capim vermelho, que escondem completamente o corpo do dançarino.
Nas cerimonias as mascaras Je são as primeiras a aparecer, preparando o publico para as atrações mais exuberantes que as sucedem, com figuras antropomórficas.
Os artesãos Guro também entalham imagens que aparecem durante os festejos sobre a cabeça dos dançarinos, e que são guardadas nas casas e usadas na adivinhação.
Essas imagens são entalhadas com as mãos sobre a cintura, e tem um pescoço comprido que sustenta uma cabeça com elementos semelhantes ao das máscaras.
Algumas vezes o tear é usado como mascara, onde cabeças femininas são aplicadas sobre a estrutura. Esse conjunto personifica o espirito protetor do trabalho.
A mascara Guro representa o espírito de Gu, a mulher de Zamble, um ser sobrenatural. Gu é frequentemente representada com sua elegância, graça beleza e serenidade.