Muito dos moradores, berberes na maioria, ainda preservam os hábitos dos antepassados, como a construção de moradias abaixo do nível do solo com os quartos voltados para os pátios.
O que pode parecer um estranho costume tem explicação prática. O calor dos dias e o frio das noites no deserto fazem com que a construção de qualquer outro tipo de habitação mais convencional seja impraticável.
Assim, enquanto a temperatura externa pode chegar a 45º/50ºC no verão, dentro das casas não ultrapassa os 20ºC. Quando faz calor, é fresco e agradável. Quando faz frio, a habitação fica quente e aconchegante.
Quase completamente arabizados, os berberes distinguem-se, sobretudo pelo seu tom claro de pele e pelo cabelo.
Embora seja ainda falada por alguns, a sua língua foi-se perdendo ao longo do tempo, principalmente desde que Bourguiba, o Presidente entre 1956 e 1987, procurou unificar o país promovendo a educação e o ensino do Árabe e do Francês nas zonas mais esconsas. A Tunísia ganhou uma nova unidade nacional, mas perdeu em diversidade cultural.
Sobreviveram, felizmente, uns poucos oásis de História: os ksours (castelos ou fortalezas) e as casas trogloditas, talvez os últimos redutos da cultura berbere e uma resposta engenhosa às características climatéricas, geográficas e sócio-políticas desta zona, permitindo a continuação de todo um estilo de vida.