Os estados de possessão dos sacerdotes são a formas mais utilizadas para entrar em contato com os deuses pelos Ashanti.
O compromisso com a divindade garante a habilidade de entrar num estado de transe.
Esse sacerdote Atanofo, cobriu-se com pó de caulim, considerado “a comida para o espirito" e empregado para invocar o poder da divindade.
A religião Ashanti é uma mistura de poderes sobrenaturais e espirituais. Eles acreditam que as plantas, animais e árvores tem uma alma.
Também acreditam em feiticeiros e espíritos da floresta. Ha varias crenças envolvendo ancestrais, deuses maiores e acima de todos Nyame ou Onyame, o ser supremo dos Ashanti.
O deus universal Onyame não exclui os outros deuses associados com uma corte de espíritos (obosum) por quem o sacerdote é possuído.
Devido a essa falta de exclusividade torna-se possível para o sacerdote fetichista ser também um católico romano.
Além dos deuses ha também a crença em (Samanade), o reino dos mortos, cujas praticas tradicionais requerem uma atenção especial nas cerimonias fúnebres e enterros. A morte é a única certeza.
A religião tradicional não requer templos para seu culto. Não é algo que se lembra de uma vez por semana. Os deuses e espíritos dos ancestrais estão sempre presentes.
O povo ashanti
Na parte sul de Gana, a Oeste da África, vivem os Ashanti, o principal grupo étnico da região administrativa de Gana, que totalizam um milhão de membros.
O estado Ashanti é uma região de Gana. Kumasi, sua capital é a maior cidade da região.
Esta localizada no centro sul do país a 250 km de Acra e a 32 km do lago Bosumtwi.
Os seus habitantes fazem dela a segunda cidade ganesa, população formada principalmente por ashantis que são na maioria cristãos, (católicos, protestantes ou anglicanos).
Historia
A partir do tráfico de escravos e de ouro com os europeus, surgiu também esse grande reino africano, chamado de Ashanti, na atual Gana.
Em 1695 Kumasi, foi eleita capital da Confederação Ashanti graças ao esforço do seu governante Osei Tutu e dos governantes de Kumasi, Kumasehene, convertendo-se em monarcas da Confederação Asantehene, que ainda hoje tem essa cidade como sua capital. Kofi Anan, o atual secretario geral da ONU é natural desta cidade.
Os Ashantis capturavam os povos das nações vizinhas para vender aos traficantes europeus, uma das principais fontes da riqueza do seu reino.
Este comércio findou no na segunda metade do século XIX.
O estado Ashanti era um dos poucos estados africanos capazes de oferecer resistência aos invasores europeus.
Antes da colonização europeia, período entre 1570 a 1900, a federação Ashanti foi o principal estado da região.
A Grã Bretanha fez quatro guerras contra os reis Ashanti entre 1826 e 1896.
Em 1900, os Ingleses finalmente subjugaram o reino e chamando essa colônia de Costa do Ouro.
O exército britânico destruiu parte da cidade, incluído o Palácio Real, durante a quarta Guerra Anglo-Ashanti, 1874.
O território ocupado pelo reino de Ashanti é uma parte daquilo que se conhece como Gana.
O herdeiro da coroa Ashanti continua a ser honrado por seu povo, porém ao lado da autoridade do estado.
Os guerreiros ashanti
Quando constituíam um reino próprio, era costumeiro enviar à corte real crianças com defeitos físicos para serem treinadas como arautos do rei.
Esses mensageiros com deficiência física eram destacados para missões delicadas, como por exemplo, a iminência de guerra com tribos vizinhas.
Em geral a mensagem do rei Ashanti era incisiva e terminava com um recado enfático do arauto:
"Se esses termos não forem aceitos, poderei ser morto agora mesmo".
Parece que isso não acontecia, entretanto os inimigos limitavam-se a cortar um dos dedos do arauto, o equivalente a uma declaração de guerra.
Além dessa perigosa missão, os homens com deficiência eram utilizados como inspetores sanitários ou coletores de impostos.
Eram também utilizados como bufões e tinham o privilégio de dizer a seu mestre o que bem entendiam.
Foram usados também como espiões.
Foto de Carol Beckwith e Angela Fisher
da BBC Brasil
As fotógrafas Beckwith e Fisher realizaram um autêntico trabalho antropológico durante os trinta anos que levaram fotografando as cerimônias da África.
Aproveitando a desvantagem aparente de sua condição feminina e graças à sua adversidade, conseguiram ganhar a confiança dos homens e mulheres das diversas tribos que visitaram, aceitando registrar sua vida cotidiana e seu mundo espiritual de uma maneira que nenhum homem conseguiu antes.