Nas tradições artísticas da África pre colonial, os papeis masculinos e femininos sempre estiveram claramente definidos. Na África Sub- Saariana, os escultores de metais e madeira eram invariavelmente homens, enquanto que na maioria dos casos as ceramistas eram mulheres.
Com relação à tecelagem a situação é mais complexa. Ate muito recentemente, os teares de trama dupla eram operados pelos homens, assim como alguns de trama simples , tais como os teares de chão e teares de rafia da África Central.
Havia, entretanto uma região ampla que se estendia desde o Togo ate através do Benim e da Nigéria até o oeste dos Camarões, aonde mulheres teciam usando teares de trama simples armados sobre a parede das casas.
Parece que essa deve ter sido uma técnica antiga na região, apesar de ter sido disseminada no norte da Nigéria apenas no século XIX.
Foram encontrados fragmentos de fibra de rafia datados do século IX AC, tecidos nesse tipo de teares.
Do século XIV em diante os traficantes de escravos portugueses compraram grandes estoques de panos tintos a índigo, tecidos nesses teares de Ijebu e Benim, para vendê-los no Congo, Costa do Ouro e mesmo no Brasil.
No século XIX foram tecidas grandes quantidades desses panos pelos Iorubas do nordeste da Nigéria e vizinhanças, para serem comerciados ao norte.
Entre os iorubas da região central de Oyó e ao norte da Nigéria, tanto os tecelões masculinos como femininos trabalhavam os mesmos teares, de trama dupla, porém em outros distritos, particularmente entre os Ibos a leste da Nigéria, as mulheres eram as únicas tecelãs.
Desde os anos cinquenta, esse tipo de tecelagem entrou em colapso tanto ao norte da Nigéria, como nas regiões Ibos, em parte pelo fato de ser uma técnica muito lenta e extremamente trabalhosa, mas também pelas oportunidades que se abriram para as mulheres de comerciar, educar-se e seguirem outras carreiras.
No sul da Nigéria, sobrevive apenas numa escala reduzida em alguns locais onde essas especializações ainda estão sendo solicitadas, notadamente na cidade ioruba de Ijebu Ode, e na cidade Ibo de Akwete, a leste.
Na Nigéria central e do norte, onde o desenvolvimento foi menor, a situação é mais clara.
Na cidade de Okene em Ebira, em Bida a capital Nupe e nas cidades Hauçá particularmente em Kano, ainda ha um numero relativamente grande de mulheres usando esses teares.
Apesar de essas tradições estarem em franco declínio (exceto em Okene), amostras de boa qualidade dos velhos tecidos ainda podem ser encontradas, e panos de alta qualidade são tecidos em cidades como Akwete, onde a tecelagem persiste para atender a demanda local.
fonte:
http://adireafricantextiles.blogspot.com/
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