Seguidores

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

John Adetoyese Laoye I, Timi (rei) de Ede, Nigéria

John Adetoyese Laoye I, Timi (rei) de Ede também conhecido como Alapo Tiemi Tiemi, aquele que tem uma aljava cheia de flechas.
Esse é um dos doze títulos perpetuados na cidade pelos descendentes dos reis que se refugiaram em Ede nos tempos das guerras.
Adetoyese Laoye vem de uma família de músicos percussionistas (alabês) e aprendeu essa arte com um tio do lado materno, e se empenhou durante a vida para manter essa tradição viva.
Ede é uma das cidades mais antigas do reino Ioruba. Esse povoado foi fundado por Timi Agbale para proteger a rota das caravanas que seguiam para o Benim.

Tambores Iorubas

O tambor falante é um instrumento da família dos membrafones, no formato de uma ampulheta, com couro em ambos os lados. É conhecido por Dundun, que significa som suave.
Não somente no sentido metafórico, mas também podem ser usados para falar a linguagem ioruba.
Eles tem sido usados desde sempre para recitar orações, poemas religiosos, felicitações, anúncios, louvores para os lideres, e ainda piadas e brincadeiras.

Bata

De acordo com a descrição de Ulli Beier:
O mais notável entre os instrumentos ioruba é o Bata, tambor de Xangô, o deus do trovão.
É um tambor com duas membranas (couros), e que não tem cordas para esticar esses couros, não permitindo deslizar os dedos para produzir sons.
Por isso é mais difícil "falar" através deles, e mais ainda "entende-los".
O que é que os Bata tem a "dizer"? E se "falam" o que é que eles "contam"?
Esses tambores são usados tradicionalmente para uma variedade de propósitos.
Anunciar a chegada de visitas para o rei, enviar mensagens de advertência e avisos ate aonde seu som chegar, e o mais importante de tudo, é usado para "dizer" as preces e recitar "orikis" poemas épicos.
De acordo com a descrição de Beier, os orikis podem ser chamados de poemas em Ioruba.
São antigas descrições metafóricas dos deuses e reis.
Sempre pitorescos, e frequentemente misteriosos e ocultos.
Aqui vai um exemplo de oriki feito em homenagem ao rei Ogoga de Ikerre:
"Não é a cobra que teme, mas ele que pisa nela."
Hoje em dia (década de 1950) é muito difícil de conseguir orikis traduzidos.
Apenas alguns iorubas iniciados ainda tem capacidade de compreender o tambor falante.
Mesmo se encontrarmos algum musico (alabê) para recitar as palavras, os mais jovens terão dificuldades para encontrar o significado dessa antiga linguagem que está acima de sua compreensão.
Os tambores bata são formados por um conjunto de três tambores.
O maior é o Iya, o médio é o Omele ou Itotole, e o menor é o Oncocolo.
Algumas vezes usa-se um acessório na forma de um pneu modelado em argila, sobre o couro do tambor Iya para abafar o diapasão.
É tocado com ambas as mãos dos dois lados do tambor.
O conjunto de tambores Bata pertence ao sistema cultural mais complexo de instrumentos na Nigéria.
Seu aparecimento data do século XIV DC, tornando-se conhecido para além de Oyó durante o período do trafico de escravos no Atlântico.
Acredita-se que o tambor Bata tem a capacidade de liberar o poder metafisico das divindades iorubas, os Orixás.
É uma das vozes mais persuasivas dos Orixás neste novo milênio, e tal como um grande catequista, o tambor continua sua jornada através dos séculos congregando pessoas em volta de seus ritmos aonde quer que vá.
O poder de suas mensagens e sua relevância na vida contemporânea tem assegurado a sua presença ao redor do globo, neste vigésimo primeiro século.
Os tambores bata foram introduzidos ou desenvolvidos no território ioruba por Xangô, que foi um rei em vida e um deus na morte.
E tem prováveis raízes no nordeste da África e Oriente médio e quem sabe na Índia, onde esse tipo de tambor duplo também existe.
Seus "parentes" mais antigos encontram-se ainda no Sudão e Egito.

Dundun

O Dundun é o mais jovem de todos os tambores tradicionais no território ioruba, porém é o mais potente.
Sua capacidade de imitar os sons tonais da língua ioruba superou todos os tambores que existiam antes dele.
Além desses tambores existem muitos outros, e de alguma maneira todos eles falam.

Sakara

O tambor Sakara é um instrumento muito robusto, porém cômodo de usar, confeccionado em couro e montado sobre um aro de cerâmica.
É recoberto por uma pele de vaca, trançados, argila vermelha e varetas de madeira.
Esse tambor muda de tom conforme a tensão que se obtém pressionando-se a parte interna do couro, tal como uma cuíca, para obter-se o efeito da "fala".
Possui um efeito sonoro excelente, tanto quando tocado em conjunto com tambores maiores quanto sozinho.
É usado tradicionalmente durante cerimonias de casamento.

Jembe

O Jembe (cuja pronuncia é djembê) está perto de obter uma popularidade internacional, tão grande como o Conga “atabaque" e a marimba de latão.
Causou impacto primeiramente na África ocidental na década de 1950, devido às turnês internacionais.
Em forma de pilão, aberto de ambos os lados é recoberta com couro de bode ou antílope, esticado sobre um dos bocais. É tocado com as mãos sem o auxilio de baquetas.
Produz três tipos de sons: claque, tônico e baixo.
O musico que toca o jembe associado ao balafon é conhecido por “djembefola".

Balafon

O bala da família das marimbas é o instrumento mais conhecido entre os povos Jeli, ou Jali.
A palavra balafon é usada incorretamente para referir-se ao instrumento, pois na verdade indica o musico que toca o bala.

Fonte:

("The Talking Drums of the Yoruba," in the African Music Society Journal, early 1950s)
[Ulli Beier, 1959: A Year of Sacred Festivals in One Yoruba Town. Nigerian Magazine].

Essa foto foi feita pelo fotografo Eliot Elisofon
em 1970, durante sua visita a Africa.