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sábado, 10 de dezembro de 2011

Brazil: Body and Soul-museu Guggenheim de Nova Iorque

Barroco predomina em Nova Iorque

260 obras, entre elas o altar do Mosteiro de S. Bento, representam o período na mostra Brazil: Body and Soul. Do modernismo figuram seus expoentes.
Inaugurada em 19 de outubro de 2001, a exposição "Brazil Body & Soul" reúne um acervo tipicamente brasileiro com arte dos séculos 17 a 19, levado do Brasil para Nova York, onde fica no Museu Guggenheim até o dia 27 de janeiro de 2002.

Brazil: Body and Soul - Brasil: Corpo e Alma

Brazil: Body and Soul (Brasil: Corpo e Alma), atualmente em cartaz no museu Guggeinheim de Nova Iorque, faz uma abordagem didática sobre a arte brasileira e suas raízes indígenas, africanas e européias. Ela está sendo considerada uma espécie de miniatura da Mostra do Redescobrimento (realizada em são Paulo no ano passado), apesar de apresentar outro conceito e objetivos, tendo sido feita sob medida para atender aos gringos. A curadoria geral é de Edward J. Sullivan da New York University.
O barroco ocupa mais da metade da seleção, com 260 obras expostas. O altar da Igreja de São Bento de Olinda é o ‘carro-chefe’ da mostra. Essa predominância barroca tem sido justificada pelos curadores devido à influência de seus elementos nos tendências seguintes da arte nacional.
O altar possui 14 metros de altura, 13 toneladas e foi construído entre 1783 e 1986. Ele nunca havia sido transportado e será a última obra a ser montada na mostra (na abertura, ainda faltava concluir 70%), com conclusão prevista para o dia 9 de novembro. O atraso ocorreu porque a estrutura que o sustenta não ficou pronta a tempo.
A ambientação do espaço barroco reservado no Guggenheim é predominantemente preta, realçando com os tons dourados das esculturas de madeira policromada. A idéia de contrariar o tradicional branco do museu norte-americano veio do arquiteto francês Jean Novel, cenógrafo da Body and Soul.
Assim como na mostra do Redescobrimento, a primeira fase cronológica apresentada mostra trabalhos de estrangeiros que visitaram o Brasil no período colonial, como Albert Eckhout e Frans Post. Os trabalhos indígenas vêm de diversos períodos, reunindo objetos seculares e recentes. O manto Tupinambá, um dos destaques da Mostra do Redescobrimento, também está em Nova Iorque. Há também utensílios e objetos mítico-religiosos da arte popular, como ex-votos, carrancas e peças de indumentária indígena e afro-brasileira.

Século 20 – A ala modernista também está sendo considerada uma das melhores. Participam dela obras de Vitor Brecheret Anita Malfati, Di Cavalcanti, Segall, Portinari e Vicente do Rego Monteiro, entre outros. Um dos destaques é o valioso Antropofagia (1929), de Tarsila do Amaral.
Da arte concretista participam trabalhos de Sérgio Camargo, Luís Sacilotto, Mary Vieira, Lygia Clark e Hélio Oticica. As tendências contemporâneas estão timidamente representadas por apenas oito artistas: Miguel Rio Branco, Antônio Manuel, Ernesto Neto, Lygia Pape, Regina Silveira, Tunga, Adriana Varejão e Vik Muniz (atualmente em exposição no Recife). Ou seja, se não estiver bem inteirado sobre as propostas da curadoria, o visitante estrangeiro pode acabar sem noção da diversidade da arte produzida atualmente no Brasil.
Além da exposição, estão sendo realizadas apresentações de música e dança, e um festival de cinema brasileiro, com cerca de 30 dos filmes mais significativos da cinematografia nacional. A partir de março, a mostra vai estar no Guggenheim Bilbao (Espanha).

Por Júlio Cavani
Jornal do Commercio
Recife - 31.10.2001
Quarta-feira

http://www2.uol.com.br/JC/_2001/3110/cc3110_3.htm

Na Internet: http://www. guggenheim. org/exhibitions/brazil