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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sika Dwa - o trono Axante

A lenda de Sika´dwa, a banqueta de ouro, é essencial para a compreensão da nação Axante.
Ela nos conta sobre o nascimento desse reino.
No século XVII foi convocada uma reunião de todos os agrupamentos axantes, para lutar contra o poderoso estado Akan de Denkyra.
Para esse encontro foi trazida uma banqueta de ouro vinda do céu, a pedido do sacerdote Okomofo Anokye, o sábio conselheiro, para Osei Tutu I, o primeiro Ashantene (rei Axante).
A banqueta veio flutuando pelo espaço até o colo do rei.
O sacerdote então declarou Osei tutu como líder da nação Axante e a banqueta, o símbolo dessa união.
A recém-fundada união entrou em guerra contra os Denkyira derrotando-os.
Sika ´dwa é sagrada para os Axantes, pois contém “Sunsun”, o espirito do povo.
Assim como um homem não pode viver sem alma, os Axantes não podem viver sem a banqueta de ouro.
Não é apenas um símbolo nacional, é um objeto sagrado.
Esse assento é de ouro recurvado medindo 61 por 30 e 46 cm de altura.
Totalmente trabalhado em ouro, com sinos para alertar os perigos iminentes.
Ela fica sob a guarda do rei e de seus conselheiros sendo raramente vista.
Para os funerais reais são confeccionadas replicas sobre as quais se derrama sangue animal em sacrifício.
Os Axantes sempre protegeram sua banqueta nos momentos de perigo.
Em 1896, os Axantes permitiram o exilio de seu rei Prempeh I para evitar o risco de perder a banqueta numa guerra.
Em 1900, o governador da Costa do Ouro, o inglês Sir Frederick Hodgson, exigiu sentar-se nela.
Os Axantes permaneceram em silêncio e quando a audiência terminou, voltaram para casa e prepararam-se para a guerra.
Apesar de terem perdido a batalha, sentiram-se vitoriosos por ter conseguido proteger a banqueta.
Mais tarde (1920), um grupo de construtores encontrou acidentalmente o esconderijo desse objeto sagrado.
Eles foram sentenciados de morte pelos Axantis, por terem arrancado todo o ouro que revestia a peça.
Porém os britânicos intervieram e a sentença foi comungada para prisão perpétua.
Os Axantes sempre se orgulharam da raridade desse objeto.
E quando o rei de Gyaman, Adinkra, fez uma cópia, o Ashantene ficou tão aborrecido que enviou uma tropa contra ele.
Adinkra foi completamente destruída e seu rei decapitado.
O Ashantene mandou derreter a banqueta de Adinkra e com o ouro fez duas mascaras para representar a feiura.
Essas mascaras permanecem penduradas ate hoje ao lado da banqueta Axante.