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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

João da Baiana - Raizes do Samba


Compositor. Pandeirista

João da Baiana, nome artístico de João Machado Guedes (Rio de Janeiro, 17 de maio de 1887 — Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 1974), era o mais novo de uma família baiana de 12 irmãos.
Filho de Félix José Guedes e Perciliana Maria Constança. Seus avós, ex-escravos tinham uma quitanda de artigos afro-brasileiros no Largo da Sé.
Sua mãe, conhecida pelo nome de Tia Perciliana, era baiana, donde surgiu seu apelido, João da Baiana.
Na infância frequentou as rodas de samba e macumba que aconteciam clandestinamente nos terreiros cariocas.
Participou de blocos carnavalescos e é tido como o introdutor do pandeiro no samba.
Segundo depoimento prestado ao M.I.S.:

"Na época o pandeiro era só usado em orquestras. No samba quem introduziu fui eu mesmo. Isto mais ou menos quando eu tinha oito anos de idade e era Porta-machado no "Dois de Ouro" e no "Pedra do Sal".

Teve por muito tempo um emprego fixo não relacionado à música, tendo inclusive recusado, em 1922, viajar com Pixinguinha e os Oito Batutas para não perder o posto de fiscal da Marinha.
A partir de 1923 passou a compor e a gravar em programas de rádio e em 1928 foi contratado como ritmista.
Além do pandeiro, sua especialidade era o prato e faca, populares nas gravações da época.

Algumas de suas composições da época foram:

Ai Zezé (c/ Patrício Teixeira)
Amalá de Xangô
Batuque na cozinha
Cabide de molambo
Convencida
Cosme e Damião
Folha por folha (c/ Getúlio Marinho)
Há! Hu! Lahô! (c/ Donga e Pixinguinha)
Já andei (c/ Donga e Pixinguinha)
Ke-ke-re-ke-ké (c/ David Nasser)
Lamento de Inhançã
Pelo Amor da Mulata
Mulher Cruel
Pedindo Vingança
O Futuro É uma Caveira

Integrou alguns dos pioneiros grupos profissionais de samba, entre eles o Conjunto dos Moles, Grupo do Louro, Grupo da Guarda Velha e Diabos do Céu.
Participou da famosa gravação organizada por Heitor Villa-Lobos a bordo do navio "Uruguai" em 1940, para o disco "Native Brazilian Music", do maestro Leopold Stokowski, com sua música "Ke-ke-re-ké".
Na década de 50 voltou a se apresentar nos shows do Grupo da Velha Guarda organizados por Almirante, e continuou compondo até a década de 70.
Em 1968 gravou com Pixinguinha e Clementina de Jesus o histórico LP "Gente da Antiga", produzido por Hermínio Bello de Carvalho, onde lançou, entre outras, as ancestrais "Cabide de Molambo" e "Batuque na Cozinha", depois regravada por Martinho da Vila.

Discografia:

• Viva meu orixá (1931) Odeon 78
• Sereia/Folha por folha (1938) Victor 78
• Lamento de Inhançã/Lamento de Xangô (1952) Odeon 78
• Lamento de Oxum/Cosme e Damião (1953) Odeon 78
• Quem está de ronda chegou/O cachimbo da vovó (1954) Odeon 78
• Amalá de Xangô/Nanan Boroquê (1955) Odeon 78
• Quê, quê, rê, quê, quê/Saudação a Iemanjá (1956) Odeon 78
• Batuques e pontos de macumba João da Baiana e Sussu (1957) Odeon LP
• Gente da antiga - Pixinguinha, Clementina de Jesus e João da Bahiana (1968) Odeon LP