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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Jongo do Tamandaré - Guarantinguetá


Nos tempos do cativeiro, o Jongo era dançado pelos negros que trabalhavam nas plantações de café do Vale do Paraíba paulista e carioca, nas fazendas do sul de Minas Gerais e do Espírito Santo.
A dança acontece tradicionalmente à noite, celebrando o 13 de maio ou integrando algumas datas significativas do catolicismo popular: festas juninas, Divino Espírito Santo etc.
Através de imagens metafóricas referidas ao universo rural - animais, plantas, carro de boi - os jongueiros conversam entre si, seguindo em alguns casos regras bastante estritas de alinhamento e encadeamento dos pontos, como são chamados os versos cantados.
O prestígio de um jongueiro se mede pela sua habilidade em "amarrar" os rivais com a força de seus pontos astuciosamente talhados, bem como pelo seu conhecimento da linguagem cifrada do jongo, que lhe permite sair dos pontos propostos pelos outros.
O tambu, tambor maior, e o candongueiro, menor, compõem o instrumental do Jongo, juntamente com o chocalho denominado guaiá, e, em alguns grupos cariocas, a puíta, uma cuíca ancestral de som grave.
Quando deseja parar a dança e cantar novo ponto, o jongueiro coloca a mão sobre os couros e grita Machado! (no Rio) ou Cachuera! (São Paulo).
Padrões rítmicos e coreografia adquirem diferentes características, segundo a comunidade, das evoluções de um solista ou par solista ao centro da roda a um simples giro anti-horário dos participantes em torno dos tambores.
Nestas duas apresentações, os jongueiros do bairro do Tamandaré, periferia de Guaratinguetá, na Região do Vale do Paraíba, pedem licença aos tambus para mostrar parte dos fundamentos desta dança ancestral, recentemente tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.
A dança é divertida e convidativa, abrindo espaço para a participação do público na roda e no acompanhamento dos pontos cantados.
O grupo do Jongo do Tamandaré, à moda dos grupos tradicionais da cultura negra, concentra-se em torno da estrutura familiar.
Dançado, sobretudo, nas festas juninas, pais, irmãos primos, tios e agregados podem se reunir para brincar o Jongo em outras ocasiões festivas.
O grupo do Tamandaré é um dos mais conhecidos do gênero e participa a alguns anos do Encontro de Jongueiros, tendo sediado uma das edições.
Recentemente, através da associação criada para a defesa e fomento da tradição do Jongo, foi escolhido pelo Ministério da Cultura como Ponto de Cultura.