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domingo, 4 de março de 2012

Arquitetura na África

O continente africano, por sua vasta extensão, apresenta inúmeros povos diferentes, com costumes e arte característicos.
A denominação genérica de africano engloba maior quantidade de raças e culturas do que a de europeu, já que no continente africano convivem dez mil línguas, distribuídas entre quatro famílias, que são as principais.
Daí ser particularmente difícil encontrar os traços artísticos comuns, embora, a exemplo da Europa, se possa falar de certo aspecto identificador que os diferencia dos povos de outros continentes.
Arquitetura tradicional
A arquitetura tradicional africana teve frequentemente um caráter utilitário.
A forma de utilização de materiais pertencentes à sua região geográfica e comedida dos materiais em equilíbrio com o meio ambiente é comum a todos os povos.
Independentemente de sua hierarquia, todos possuíam o mesmo tipo de casa, não como expressão de igualdade, mas de pertinência ao mesmo grupo.
Os materiais utilizados variavam, então, segundo a região, mas normalmente eram semelhantes: desde o barro até fibras secas tecidas, ou uma combinação de vários.
De modo geral, o povoado se protegia com uma muralha de barro, que rodeava e marcava os limites da aldeia.
De uma maneira geral, a atividade migratória é bastante grande dentro dessas tribos.
Os pigmeus, por exemplo, povos caçadores, devido à frequência de migrações que costumam realizar, constroem suas casas de maneira simples, com galhos e folhas, dando pouco espaço para o desenvolvimento da arquitetura ou das artes plásticas de uma maneira geral.
Entretanto, a maioria desses povos tem no pastoreio - que também exige constantes mudanças em busca de terras melhores - sua principal atividade.
As artes plásticas, nessas condições, ficam seriamente restritas decorações no corpo e aos vasos onde armazenam líquidos e cereais.
Além das diferentes variações de choças de adobe e palha, existem na África outros estilos arquitetônicos autóctones.
Os axantes construíam grandes palácios e templos com paredes de barro sustentadas por uma armação de estacas.
São numerosas as mesquitas erguidas com essa tecnologia como a Mesquita Axante de Larabanga, em Gana.
Além das próprias influências africanas, algumas mudanças tem sua origem em outras civilizações.
Por exemplo, a arquitetura e as formas islâmicas podem ser vistas hoje e algumas regiões da Nigéria, em Mali, Burkina Faso e Niger.
Um bom exemplo da arquitetura islâmica africana é a mesquita de Kairouan na Tunísia, construída em 670 e reconstruída em 836.
Lá surgiu uma nova forma de espaço, a maksoura, terraço coberto com uma cúpula e fica em frente ao mirhab.
Esta arquitetura refletiu-se na arquitetura espanhola (Sevilha, La Giralda), onde estão as mais belas casas e palácios.
São obras de arquitetura mourisca como em Alhambra, Granada. 


Foto: Vilarejo para crianças em  Kesho Leo, Sinon, Tanzânia – Arquiteto Rob Watson