Contas africanas
Esses colares com vertebras de cobra são usados para jogos divinatórios
por toda África.
As serpentes estão relacionadas a muitas culturas, religiões
e mitos.
Sua importância conceitual é importante, constituindo tema
frequente na arte zoomórfica.
Na África personificam varias coisas, os motivos de
decoração arquitetônica, mascaras, estátuas, estando reproduzidas nos tecidos,
na joalheria, na cerâmica, nas roupas e cetros da realeza.
Geralmente estão associadas a poderosos espíritos da terra.
Suas atribuições e ideologias podem variar entre os povos.
Nas religiões tradicionais indígenas e africanas cultuam-se
as serpentes.
Mesmo em lugares onde não existem cobras elas também são
adoradas, como na Nova Zelândia onde as enguias assumem esse papel.
Em Travancore na Índia ha um templo dedicado à divindade
Serpente.
Entre os druidas, foram construídos templos com a mesma
função em Stonehenge e Arbury.
Os Persas enxergavam no arco-íris a cobra celestial.
Os índios norte americanos chamavam a Via Láctea de
"Caminho da Serpente" cultuando a cascavel.
Os Africanos adoram a Python e os asiáticos a Cobra.
Grande parte dessa adoração deve-se ao fato das serpentes
renovarem a pele e com isso renovar-se a juventude e a força.
E por vezes a eternidade conforme na maioria das crenças
tribais.
Em algumas culturas como entre os antigos gregos e entre os
Zulus, ela representava um veículo para a eternidade.
Eles acreditavam que a alma dos mortos subia aos céus no
corpo de uma serpente.
Uma serpente enrolada significa precaução e vigilância, como
nesse dizer “a cobra dorme, mas continua vendo".
Entre os iorubas simboliza o positivo e o negativo e também
a paciência e tranquilidade.
Eles associam a cobra com o inegável poder das mulheres.
Essa força é temida e reverenciada.
"O que elas nutrem com amor pode ser destruído com
bruxaria".
Por isso são os homens que personificam mulheres nas
cerimônias Geledes.
É uma forma de mantê-los em boas relações com a força vital feminina.
Cerimonia Vodu
No vodu os sacerdotes são chamados de houngan e as
sacerdotisas de mambo.
Eles são os intermediários entre os homens e os espíritos (Loas),
dos quais recebem toda a autoridade.
Esses papeis tem na religião vodu a mesma importância que os
de um Papa.
Um houngan (o nome lembra Ogã) também é chamado de Papa-Loa,
e uma mambo, de mamnan (mamãe) ou Mama-Loa.
Suas funções abrangem a cura, a adivinhação, a psicologia, a
liderança e a musica.
Seu símbolo é o Assan, que é um chocalho grande feito de
cabaça.
O Assan simboliza os dois princípios da magia, o circulo e a
haste.
Dentro e fora dessas cabaças são colocadas pedras e
vertebras de serpentes, consideradas os ossos dos ancestrais.
Oito pedras de oito cores para representar os oito deuses
ancestrais.
O numero oito significa eternidade.
As vertebras e contas coloridas que decoram a parte externa
da cabaça estão lá para simbolizar o arco-íris de Aido-Wedo, o Dan ou Oxumaré
dos Fons e iorubas.
Quando os houngans e mambos querem atrair os Loas através de
seus símbolo, ou veve (o ponto riscado), tem que apelar pela intercessão de
Legba e realizar os rituais das águas e preces.
Ai então chacoalham essas vertebras, fazendo o Assan falar,
para invoca-los através de Danbalah (o mais velho dos espíritos).
Essa é a maneira de convida-los a participar de uma
cerimônia.
Foto
Na foto acima vemos colares feitos com vertebras de
serpentes e de peixes.
Esses colares encontram-se por toda África.
As vertebras são obtidas de cobras de jardim e enfiadas em
colares em cordões de fibra.
Esses colares são muito populares no Senegal, Guiné Conakry e Nigéria (feitos por artesãos iorubas).
Além das contas de vertebras, ha muitas representações de
serpentes.
Há contas de vidro em formato de vertebras, e correntes de miçangas que imitam as vertebras e a pele das cobras.