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domingo, 4 de março de 2012

Serpente - vertebras, contas e reproduções


Contas africanas

Esses colares com vertebras de cobra são usados para jogos divinatórios por toda África.
As serpentes estão relacionadas a muitas culturas, religiões e mitos.
Sua importância conceitual é importante, constituindo tema frequente na arte zoomórfica.
Na África personificam varias coisas, os motivos de decoração arquitetônica, mascaras, estátuas, estando reproduzidas nos tecidos, na joalheria, na cerâmica, nas roupas e cetros da realeza.
Geralmente estão associadas a poderosos espíritos da terra.
Suas atribuições e ideologias podem variar entre os povos.
Nas religiões tradicionais indígenas e africanas cultuam-se as serpentes.
Mesmo em lugares onde não existem cobras elas também são adoradas, como na Nova Zelândia onde as enguias assumem esse papel.
Em Travancore na Índia ha um templo dedicado à divindade Serpente.
Entre os druidas, foram construídos templos com a mesma função em Stonehenge e Arbury.
Os Persas enxergavam no arco-íris a cobra celestial.
Os índios norte americanos chamavam a Via Láctea de "Caminho da Serpente" cultuando a cascavel.
Os Africanos adoram a Python e os asiáticos a Cobra.
Grande parte dessa adoração deve-se ao fato das serpentes renovarem a pele e com isso renovar-se a juventude e a força.
E por vezes a eternidade conforme na maioria das crenças tribais.
Em algumas culturas como entre os antigos gregos e entre os Zulus, ela representava um veículo para a eternidade.
Eles acreditavam que a alma dos mortos subia aos céus no corpo de uma serpente.
Uma serpente enrolada significa precaução e vigilância, como nesse dizer “a cobra dorme, mas continua vendo".
Entre os iorubas simboliza o positivo e o negativo e também a paciência e tranquilidade.
Eles associam a cobra com o inegável poder das mulheres.
Essa força é temida e reverenciada.
"O que elas nutrem com amor pode ser destruído com bruxaria".
Por isso são os homens que personificam mulheres nas cerimônias Geledes.
É uma forma de mantê-los em boas relações com a força vital feminina.

Cerimonia Vodu

No vodu os sacerdotes são chamados de houngan e as sacerdotisas de mambo.
Eles são os intermediários entre os homens e os espíritos (Loas), dos quais recebem toda a autoridade.
Esses papeis tem na religião vodu a mesma importância que os de um Papa.
Um houngan (o nome lembra Ogã) também é chamado de Papa-Loa, e uma mambo, de mamnan (mamãe) ou Mama-Loa.
Suas funções abrangem a cura, a adivinhação, a psicologia, a liderança e a musica.
Seu símbolo é o Assan, que é um chocalho grande feito de cabaça.
O Assan simboliza os dois princípios da magia, o circulo e a haste.
Dentro e fora dessas cabaças são colocadas pedras e vertebras de serpentes, consideradas os ossos dos ancestrais.
Oito pedras de oito cores para representar os oito deuses ancestrais.
O numero oito significa eternidade.
As vertebras e contas coloridas que decoram a parte externa da cabaça estão lá para simbolizar o arco-íris de Aido-Wedo, o Dan ou Oxumaré dos Fons e iorubas.
Quando os houngans e mambos querem atrair os Loas através de seus símbolo, ou veve (o ponto riscado), tem que apelar pela intercessão de Legba e realizar os rituais das águas e preces.
Ai então chacoalham essas vertebras, fazendo o Assan falar, para invoca-los através de Danbalah (o mais velho dos espíritos).
Essa é a maneira de convida-los a participar de uma cerimônia.

Foto

Na foto acima vemos colares feitos com vertebras de serpentes e de peixes.
Esses colares encontram-se por toda África.
As vertebras são obtidas de cobras de jardim e enfiadas em colares em cordões de fibra.
Esses colares são muito populares no Senegal,  Guiné Conakry e Nigéria (feitos por artesãos iorubas).
Além das contas de vertebras, ha muitas representações de serpentes.
Há contas de vidro em formato de vertebras, e correntes de miçangas que imitam as vertebras e a pele das cobras.