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domingo, 4 de março de 2012

Búzios


Contas africanas

Há cem mil anos já se usavam colares de contas
À primeira vista não passam de um punhado de conchas furadas de um lado ao outro, mas segundo um estudo agora publicado na Science, são a prova de que há cem mil anos já os seres humanos usavam "joias".
Uma equipe de cientistas britânicos, franceses e israelitas assegura num estudo agora publicado na revista Science: há cem mil anos os humanos já usavam colares de contas como adorno.
A ideia é sustentada pela análise de três conchas, semelhantes a pequenos búzios, encontradas em regiões da bacia mediterrânica, atualmente nos territórios de Israel (Skhul) e da Argélia (Oued Djebbana), na década de 40.
Há dois anos, este grupo de arqueólogos, liderado por Marian Vanhaeren, do Instituto de Arqueologia da University College de Londres, descobriu numa região da África do Sul aquelas que eram até hoje as provas mais antigas de artefatos com funções de ornamento (sempre as mesmas conchas), com 75 mil anos.
Com o propósito de encontrar mais elementos acerca da origem do pensamento simbólico e do chamado comportamento humano moderno, a equipa resolveu pesquisar em vários museus.
Foi justamente no Museu de História Natural de Londres, e no Museu do Homem, em Paris, que descobriram estes achados, que aí permaneciam esquecidos.
Depois de analisarem os sedimentos que cobriam as conchas, os cientistas fizeram a datação e concluíram que estas tinham entre 90 a 100 mil anos.
Estudaram ainda a forma dos orifícios e verificaram que não foram produzidos acidentalmente, defendendo que estas são as contas mais antigas que se conhece, e que terão sido usadas em colares ou pulseiras.
A serem verdadeiras as conclusões desta equipe, isso significa que o uso deste tipo de ornamentos surgiu 25 mil anos antes do que se pensava.
"O fato de a mesma espécie de concha ter sido encontrada em locais diferentes, com características que indiciam a mesma utilização, sugere a hipótese de que uma tradição de manufatura de contas de colar já existia no Norte de África e no Médio Oriente antes de os seres humanos anatomicamente modernos terem chegado à Europa", assegura Vanhaeren.
Acresce a isso o fato de as conchas terem sido trazidas do mar, que fica a uma distância de cerca de 200 quilômetros dos locais onde foram encontradas, o que revela a intencionalidade desta ação.
As manifestações artísticas (como pinturas em cavernas ou a construção de instrumentos musicais) e os adornos pessoais são entendidos pela Arqueologia como provas da capacidade de pensamento simbólico, o que está associado ao chamado comportamento humano moderno.
Até hoje se pensava que essa capacidade tinha emergido há 40 mil anos, quando as populações se estabeleceram na Europa.
Novos dados sugerem que as coisas podem não se ter passado de uma forma tão abrupta, e que a evolução comportamental terá ocorrido de forma gradual em diferentes zonas geográficas.
Escavações realizadas na Etiópia provaram que o Homo sapiens já era anatomicamente moderno há 160 mil anos.
Mas em termos de comportamento, a questão permanecia em aberto.

Moeda

Na Antiguidade, as mercadorias produzidas numa comunidade serviam como meio de pagamento para suas transições comerciais (escambo).
Couro, fumo, azeite de oliva, sal, mandíbulas de porco, conchas, gado e até crânios.
Antes do surgimento da moeda todos ficavam procurando novos instrumentos de troca capazes de medir o valor dos bens.
Antes do aparecimento da moeda metálica tal como a concebemos e conhecemos hoje em dia, houve predomínio de pré-moeda, isto é, forma(s) percursora(s) daquela, natural ou trabalhada rudimentarmente por processos artesanais, de dimensões, formatos e cores estranhas, curiosas e inéditas.
Os animais são os têm o lugar de destaques, entre inúmeros meios de troca já testados antes da criação da moeda.
O sal circulava em vários países, servindo como meio de pagamento (dai vem o termo salário), como exemplo, a Libéria, onde trezentos torrões compravam um escravo.
Entre as versões primitivas de moeda, as conchas foram, sem duvida, as mais difundidas.
Especialmente os cauris (espécie de búzio), que nos séculos XVII e XVIII virou a moeda internacional; metade do mundo entesourava e comprava cauris.
Algumas dessas pré-moedas, tiveram inclusive vantagens em relação à moeda metálica, para já não falar das vantagens idênticas como pequeno volume, divisibilidade, durabilidade, facilidade de armazenamento, contagem e transporte (Exemplo: búzios, cauris, zimbos, corais, contas, dentes, etc.).
Mais: alguns tipos de pré-moeda como os cauris (em África, na Ásia, e em certas regiões da América) desempenharam durante séculos, um papel importante em regiões e povos determinados, rivalizando com a própria moeda metálica, sobrepondo-se inclusive a ela, subalternizando o próprio ouro â bastante escasso em épocas longínquas -, como ocorreu e está confirmado ter acontecido.
Funcionaram ao longo de séculos, como se disse já, desempenhando as funções de verdadeira moeda internacional, com cotação e equivalências plenamente estabelecidas e aceites, e por último com características até de verdadeira moeda forte.
O ouro e a prata ganharam preferência rapidamente, por ter uma beleza, durabilidade, raridade e imunidade, raridade e imunidade à corrosão.