As cerâmicas mais antigas encontradas no continente africano
remontam ao VI milênio A.C., conforme demonstram certos fragmentos recolhidos
no deserto do Saara.
Podem distinguir-se dois tipos de objetos:
As esculturas e os utensílios de uso cotidiano.
Apesar de terem sido fabricados com as mesmas técnicas,
esses diferem radicalmente quanto a sua função e natureza.
Enquanto a escultura tinha significado ritual ou mágico, os
elementos domésticos eram concebidos para fins domésticos e práticos.
Os utilitários podiam conter leite ou grãos, cerveja ou mel,
ervas curativas e também as cinzas dos familiares falecidos.
Cada um deles adaptava sua forma e aspecto externo a uma
função precisa.
A cerâmica africana antiga era frequentemente modelada por
mulheres, já que esse tipo de obras encontrava-se intimamente relacionada com
os rituais de fertilidade e o processo de criação da vida.
Em determinadas regiões do continente, usavam-se outras técnicas,
além do torno,
para moldar objetos.
As mulheres de Sokoto (pronuncia-se Xokôtô) elaboravam
objetos a partir de uma única porção de argila.
As terracotas encontradas em Sokoto ao norte da Nigéria,
procedem das antigas culturas Nok e Kwatakwashi, e tem por volta de 2000 anos
de antiguidade.
Receberam o nome de Sokoto por critérios puramente formais,
segundo os locais de onde foram descobertas.
Até hoje não se pode atribuir sua origem certa.
Hauçá-Fulani
Ao oeste de Borno a cerca de 1.000 A.D., o povo Hauçá
iniciava a formação de estados semelhantes nas cidades de Kano, Zaria, Daura,
Katsina, e Gobir. Porém, ao contrário do povo Kanuri, nenhum regente nesses
estados chegou a deter de tantos poderes suficientes para se impor sobre os
demais. Embora os Hauçás falassem o mesmo idioma, tivessem a mesma cultura, e
praticassem a mesma religião islâmica, porém não tiveram um rei em comum. Kano,
que era o mais poderoso desses estados, mantinha o seu domínio sobre todos os
estados Hauçás nos séculos XVI e XVII, mas os conflitos com os estados
circunvizinhos acabaram com esse domínio. Por causa desses conflitos, o povo
Fulani, liderado por Usman Dan Fodio em 1804, desafiou com êxito os estados
Hauçás e montou o Califato Hauçá-Fulani com sede em Sokoto, e comandando uma
larga área que começava de Katsina ao norte se estendendo até Ilorin, no outro
lado do Rio Níger.