Arte Têxtil Africana
O domínio da tinturaria pelos africanos é antigo e há
séculos é responsável pelas belas cores de seus têxteis. Tingidos com índigos e
outros pigmentos naturais como os terrosos e a cochonilha, a importância da
tinturaria africana reside na competente utilização dos mordentes. Exemplo
disso é a engenhosa técnica de estamparia por mordentes vegetais e lama dos
tecidos bogolan do Mali. Esses tecidos produzidos pela etnia Bambara são
preciosos em suas cores contrastantes, geralmente em tons de cáquis, café e preto,
com detalhes em branco produzidos à cal sódica, e suas padronagens se compõem
de grafismos fonéticos e decorativos, com representações labirínticas. Esses
labirintos geométricos também estão presentes na estamparia dos povos de etnia Kuba
do Congo, seja nos seus "veludos" de ráfia ou nos pequenos tecidos em
retângulos, costurados, aplicados e bordados com belos grafismos, tingidos
também com terras e taninos. O hábito dos Kubas de tecerem suas peças em
pequenos teares portáteis, produzindo pequenas peças que depois são emendadas e
costuradas também é característico dos tecidos "Kentés", dos Axantes
do Gana. São faixas estreitas multicoloridas, em listras e xadrezes, que são
costuradas pelas laterais. Originalmente produzidos com fios de algodão e seda,
hoje os "Kentés" recebem fios sintéticos na trama, comprometendo
muito sua qualidade e beleza.