Tradição do povo Edo
Todos os rituais descritos nas páginas anteriores fortalecem
as duas cerimônias mais importantes do ano:
Ugie Erha Oba, na qual se homenageia o antecessor real, e o
Igue, que revigora os poderes místicos do monarca.
Ambas cerimonias parecem ter sido instituídas pelo Oba
Ewuare.
Ugie Erha Oba e Igue são ritos associados entre si, de
suprema importância possuindo uma estrutura tríplice.
Porém diferem conceitualmente pelo fato de que no Ugie Erha
Oba o rei é quem oficia a cerimonia, e no Igue o rei é o objeto do culto.
Ugie Erha Oba
Essa cerimônia é o ápice de uma série de ritos ancestrais.
1- Primeiramente todas as famílias no Benin celebram o Eho
de seus ancestrais paternos.
2- Esse culto coletivo é seguido por ritos palacianos (Ugie
Igun) homenageando individualmente cada predecessor real, e finalizando por homenagear
o predecessor do atual monarca.
O ritual é rico de simbolismos de supremacia real.
Começa com a cerimonia de cumprimentos, Otue, na qual o Oba,
sentado diante do altar de seu pai, aceita a homenagem dos chefes, que chegam
por ordem de hierarquia para reverencia-lo. Em troca são brindados com nozes de
Kola (Obi) e vinho. A aceitação desses presentes indica a concordância dos
chefes com a hierarquia de poder e a supremacia do rei.
A principal cerimonia do Ugie Erha Oba é requintada. Os
chefes usam seus trajes mais caros e dançam com a espada cerimonial, Eben, cada
qual tentando superar o outro em elegância e graça.
O rei usando seu elaborado traje de contas de coral dança
diante do altar paterno. com o Eben, no momento culminante da cerimonia,
Para afastar os maus espíritos, acalmar a terra e
principalmente homenagear o falecido antecessor, oferecem-se muitos
sacrifícios.
No terceiro dia encenam uma guerra, Iron, na qual os adeptos
do rei vencem os sete Uzamas, bem como todos os prováveis inimigos do ano que
começa.