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sábado, 28 de abril de 2012

Celebrações Ugie Ivie e Ugie Oro


Tradição do povo Edo

Por ocasião das cerimonias palacianas, o rei e seus chefes dedicam-se a uma série de preparações materiais e espirituais. Seus trajes são encomendados ou reformados, preparam-se os amuletos de proteção, e animais são sacrificados em oferenda para garantir que o ritual seja bem sucedido.
Os beninenses tem uma metáfora segundo a qual “a preparação para ir a uma cerimonia palaciana é como a preparação para guerra".
Ha inimigos do rei estão de tocaia dentro e fora do reino, portanto uma das tarefas importantes dos chefes é a de providenciar as proteções mágicas e aumentar o poder místico do Oba.
Anteriormente, o responsável pela escolha da data desses rituais era o Aragwa, um chefe que observava qual era o período adequado conforme as estações do ano e a agricultura.
Era sua função a de coordenar esses dias específicos da semana Edo de quatro dias, que considerasse apropriada para as cerimonias do palácio.
O ciclo anual de celebrações é baseado na agricultura, abrindo e encerrando o período, do plantio à colheita.
As cerimonias concentram-se principalmente na purificação e no fortalecimento do reino.
Algumas delas nem são mais celebradas.
O ciclo de festejos é aberto com as cerimonias Ikhurhe. É o tempo de arar a terra e limpar o campo. Isso ocorre durante o mês de março. O propósito desse ritual é de purificar a terra e garantir a fertilidade para a safra. Cada agricultor faz sua oferenda aos pés de árvore fundamental Ikhiinmwi, o altar da terra.
As associações realizam concomitantemente uma purificação geral da terra como um todo, uma nação.
Sem antes fazer o ritual de refrescamento ou purificação do solo não se pode realizar nenhum outro evento no palácio.
Em seguida ao Ikhurhe dão se os as celebrações Ugie Ivie (das contas e Ugie Oro, ambos criados durante o século XVI pelo rei Esigie rememorando suas grandes batalhas, internas e externas.
A celebração Ugie Ivie evoca o conflito entre Esigie e seu irmão Aruaran de Udo pela disputa das contas reais de coral, que seriam usadas para proclamar a capital do reino. Durante essa cerimonia, recolhem-se todas as contas dos reis, chefes e esposas reais, no altar do palácio em homenagem ao rei Ewuare, responsável por trazer as contas de coral para o Benin do palácio de Olokun, sobre as quais se oferecem sacrifícios de sangue. Esse ritual traz poderes místicos às contas fortificando-as para as cerimonias seguintes. Enquanto o Ikhurhe prepara e purifica a terra, Ugie Ivie aumenta o poder dessas relíquias reais, que simbolizam o núcleo a monarquia.
A esta cerimonia segue-se o Ugie Oro. Durante os próximos três meses, o rei e seus chefes dançam em procissão, esmerando-se na pompa de seus trajes. Essa celebração é tão atraente que os Edos costumam afirmar: “Se algum agricultor participar dessa dança esquecerá-se de tomar conta de sua roça."
Nessa ocasião os chefes dançam em roda batendo no bico de uma ave de latão com seus cajados para relembrar pássaro que Esigie matou no caminho ao vencer o povo Igala.