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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cosmologia do povo Ewê

Religião tradicional dos povos Ewes

De acordo com as lendas herdadas dos ancestrais (Trowo), o universo Ewe é comparado a uma cabaça.
Os antigos Ewês acreditavam que o mundo era um grande corpo feminino formado pelos quatro elementos básicos, terra, fogo, céu e água.
Que a água era gerada pela interação entre os espíritos do céu e que o fogo fluía da terra.
E que o impulso essencial para liberar esses elementos era o raio.
Pensava-se que o contato entre o céu e a terra provocava os raios, que acionavam o impulso básico de qualquer transformação cósmica e terrena, incluindo o processo do nascimento e da cópula.
Esses conceitos cosmológicos eram expressos frequentemente no desenho tradicional do ramo real, construído por um único bloco de madeira, cortado em duas bases e sustentado por cinco colunas em formato de pernas.
Uma base representando a terra, e a outra representando o céu, as duas colunas frontais simbolizando o fogo e a água e a perna central o raio.
Esse mesmo conjunto cosmológico também favorecia a compreensão do conceito Ewe de uma força maior que regulava a fertilidade, as estações e o próprio tempo.
As antigas origens do sistema solar
Os ancestrais acreditavam que o centro da concentração cósmica para cada ano estava situado no céu, e consistia de dezesseis estrelas agrupadas em duplas para formar a constelação de plêiades.
No tempo em que a constelação não estava visível aos olhos humanos (período de dezesseis dias, após a o nascimento do primeiro ancestral, toda a natureza perdia seu vigor).
Neste tempo do ano considerava-se inútil, plantar, colher ervas medicinais, ou celebrar quaisquer ritos de vodu.
A maioria dos Ewes recolhia-se para descansar e a vida entrava num período letárgico até o reaparecimento da constelação que marcava o ano novo.
Normalmente esse ano novo era comemorado de imediato, porque os astros ainda permaneciam escondidos dos olhos humanos.
De acordo com os relatos era difícil enxergar as plêiades a olho nu durante as manhãs devido a forte umidade e as monções que precipitavam chuvas durante esse período.
Quando o fenômeno celestial se manifestava durante o solstício de inverno, os antigos ewes cumpriam seus deveres rotineiros e trabalhavam com muito mais vigor pela antecipação dessas alegres festividades.
Tempo em que o sol nascia majestosamente no horizonte, e atravessando todo o céu até a hora do crepúsculo.
Esse fenômeno marcava o momento de celebrar o ano novo.