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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Gbehanzin rei do Daomé - reinou de 1844 a 1906


Historia do povo Fon

Ele foi o último rei independente do Daomé entronizado de acordo com as estruturas tradicionais de poder.
Foi um bom governante e guiou uma resistência nacional durante a guerra do Daomé.
Os seus símbolos são o tubarão, o ovo (um anagrama do seu nome em fon) e um prisioneiro na forca (como referência dos castigos que aplicava aos seus inimigos Nagôs).
Entretanto o seu símbolo mais conhecido era o cachimbo.
Era um fumante contumaz desde a infância.
Behanzin era tido como um monarca inteligente e corajoso por seu povo.
Gbehanzin ou Béhanzin foi considerado o décimo primeiro rei do Daomé na ordem aceita pela tradição, da qual Adandozan foi excluído.

O nome

O nome do príncipe Kondo, foi alterado para Behanzin quando ele assumiu o trono do Daomé, após a morte de seu pai Glèlè.

Esse nome vem do aforismo Fon: Gbê hin azin bo ayi djrè
O significado é que ele se oporia como um tubarão feroz às pretensões dos europeus, vindos do mar, para conquistar a terra de seus ancestrais.
O ovo, outro símbolo de seu emblema simboliza um tesouro bem guardado, o Daomé.
O significado dessa imagem vem da frase: Vós europeus, desejais me tomar a terra que guardo zelosamente. Antes de vir tomá-la, serei o tubarão que fará soçobrar vossos barcos.
"Antes morrer do que ceder a terra de meus ancestrais"
  
História

Ao perceber que os europeus estavam se apossando do seu reino, ele instaurou leis para isolar e acua-los.
Como revanche pela morte de seu pai ele declinou o encontro com o enviado francês Jean Bayol, alegando dificuldades em sua agenda devido às cerimonias e rituais. em homenagem a Glele.
Isso resultou num atrito politico que incitou os franceses a uma guerra.
Percebendo os preparativos para uma batalha, os daomeanos atacaram as forças de Bayol fora de Cotonu.
O exercito francês manteve-se firme devido a superioridade de suas armas e de sua posição estratégica.
As forças de Behanzin acabaram por se retirar.
Ele voltou para o Abomé e Bayol para a França.
Essa paz durou apenas dois anos, durante os quais a França continuou a apoderar-se de Cotonu.
Durante os anos 1880, a competição entre os europeus para o controle das colónias africanas foi-se intensificando, e os franceses, que detinham já um protetorado em Porto Novo, tentaram fixar-se na costa do Daomé, a fim de impedir que este caísse nas mãos dos alemães ou dos britânicos.
Ambos os lados continuaram a comprar armas e preparar-se para a batalha.
Em 1890, o general francês, Dodds, tomou a ferro e fogo a capital daomeana, Abomé, destronando o último rei Daomeano, o Oba Behanzin, quando a França concluiu que seus antigos aliados não lhe serviam para mais nada, uma vez que se extinguia o tráfico negreiro.
O Príncipe Luís Napoleão Bonaparte, havia firmado um tratado de amizade com o Oba Guezo.
Em 1892 os soldados do Abomé atacaram os vilarejos perto do Grand Popo e Porto Novo num esforço de reassegurar suas antigas fronteiras.
Este incidente foi entendido pela França como uma declaração de guerra, que tinha interesses em ambas as regiões.
Bayol, que nessa ocasião já era o Governador da França Colonial, declarou guerra contra Behanzin.
A maquina de guerra francesa justificou sua investida contra os daomeanos, como um ato civilizatório, já que os consideravam bárbaros por praticarem sacrifícios humanos e ainda adotarem a escravatura, evidências de selvageria.
Parte dessa propaganda ainda pode ser vista no Museu do Homem em Paris, onde ha um grande impresso no qual aparece uma Amazona dilacerando com seus dentes, o pescoço de um oficial francês morto.
A história é contada de forma ainda mais complexa, na qual a Amazona era esposa de Behanzin e havia jurado vingar os membros da família real, que haviam sido mortos por Behanzin, pela traição de haverem divulgado seus planos de batalha aos europeus em troca de gorjetas.
Essa imagem da Amazona usando seus dentes afiados para dilacerar o pescoço do francês ao perceber que suas munições haviam acabado foi usada como um álibi para demonstrar a sua selvageria.

A guerra

Os franceses armaram-se com um pelotão constituído por Duas companhias do 1° e 2° batalhão Estrangeiro.
Este pelotão foi colocado sob o comando do comandante Faurax.
Os legionários sediados em Cotonu planejaram apoderar-se do Abomé, a capital do motim.
Foram necessários dois meses e meio para atingir a cidade, enfrentando combates repetidos dos soldados daomeanos e sobretudo das amazonas do rei.
O Abomé foi capturado pelos legionários em Janeiro de 1894.
Apesar da forte resistência do rei Behanzin, os franceses conquistaram Daomé e em 1898 moveram suas tropas para o norte para conquistar a parte onde se situa o atual Benim.
Behanzin rendeu-se à Dodds, sem nenhum documento assinado, instrumento ou tratado de rendição.
Ele viveu o resto de sua vida no exilio na Martinica e na Argelia.
Após sua morte seus restos mortais voltaram para o Abomé.
Behanzin foi sucedido por Agoli-agbo, um parente distante e chefe do exercito, o único governante que os franceses tinham vontade de entronizar.

Novos tempos

Em 1897 o Benin compreendeu o rumo dos novos tempos e acabou por transformar-se em um Protetorado Britânico.
Em 1904, os daomeanos, com o auxilio das tropas britânicas e conquistaram as cidades Islâmicas de Kano, Sokotô e Zana conseguiram triunfar sobre os seus arqui-inimigos, os Hauçás;
Quanto aos franceses, o seu avanço foi interrompido a leste pelos Ingleses na Nigéria, e a oeste pelos alemães no Togo, as novas fronteiras do Daomé apos a partilha da África em 1904.
O Daomé nesse tempo já fazia parte da África Ocidental Francesa.