Nos pequenos vilarejos nigerianos, há várias cerimonias de
máscaras.
Quaisquer que sejam os cultos, seus usuários são conhecidos
por Erinmwi, ou seja, os representantes do mundo espiritual.
As cerimônias homenageiam os heróis divinizados além de
purificar e proteger o vilarejo contra as forças do mal que trazem doenças.
Por esse motivo os dançarinos costumam cobrir seus corpos
com folhas de palmeira cujo cheiro serve para afastar o mal.
Algumas vezes as folhas de palma são entremeadas com faixas
de tecido vermelho, no qual se costuram espelhos e placas de latão.
Esses materiais também tem a mesma função, a de afastar o
mal.
Usa-se madeira para construir esses adereços sobre a cabeça,
amarrados com lenços, como nos rituais Okhuaie, ou com fiadas de plumas de
papagaio vermelho, como as que se usam nos trajes dos Ovbo ne Uzala, os dançarinos
Ovia.
As mascaras de madeira usadas pelos povos dos vilarejos
Ekoko ne Ute e Ekpo ne Igan, que se apresentam anualmente nas cerimonias Igue
do Benim, são originárias de outras regiões, Igbile de Ughoton e Eghughu de
Igue Osodin.
A primeira (Igbile) é baseada nos elementos Ilaje Ioruba e
Ijo e a segunda (Eghughu) deriva dos trajes Egungun das cerimonias Owo Ioruba.
As máscaras mais conhecidas e difundidas são as Ekpo,
encontradas principalmente na região de Iyekorhiomwon, uma área que fica ao
sudoeste da capital, conhecida historicamente pelas suas insurreições contra o
poder central.
O fundador do culto Ekpo foi Agtboghidi, um guerreiro famoso
que se rebelou contra o Oba Akengbuda, saído de seu vilarejo Ugo (Ughoton), no
Iyekorhiomwon.
Esses personagens costumam ser reverenciados nos festivais
anuais e sempre que as doenças epidêmicas ameaçam a população.
Os cultos de máscaras Ekpo, Ovia, Okhuaihe e outros mais,
estão associados com heróis e heroínas que resistiram contra o poder central ou
deserdaram o Oba.
Não é por acaso que esses cultos não são permitidos na
cidade do Benim.
Ekaladerhan, um Heroi Edo
A cidade de Ughoton (ou Gwato) faz parte do Estado Edo na Nigéria
De acordo com a tradição oral, a cidade foi fundada por
Ekaladerhan o filho de Owodo, o ultimo ogiso (monarca) de Benin, com o nome de
Iguekaladerhan' (a terra de Ekaladerhan).
Ekaladerhan fugiu de Owodo, que queria sacrifica-lo aos
deuses.
Em sua fuga foi localizado por caçadores e perseguido por
guerreiros que seu pai colocou a seu encalço.
Ao chegar no local, onde Ekaladerhan tinha sido avistado,
Owodo encontrou um vilarejo formado pelos caçadores e guerreiros que preferiram
deserdar a encarar a ira do Oba.
No século V, Ughoton começou a funcionar como cidade
portuária de Benin City, recebendo primeiro os navegantes portugueses e mais
tarde os Ingleses e Holandeses.