Objeto de culto do povo Edo
Cetro com chocalho (Ukhurhe) do Oba Akenzua I, 1725 a 50.
Os heróis divinizados dos Edo, como Ewuare e Ozolua,
constituem o foco de cultos rurais encontrados em aglomerados urbanos através
do reino Edo, alguns concentrados em um vilarejo, outros em grupos de vilarejos
contíguos, e outros ainda nas províncias maiores.
Essas entidades são cultuadas para garantir a saúde e o bem
estar da comunidade.
Há algumas formas de arte associadas com este culto de
heróis divinizados.
Cada grupo possui o seu Ukhurhe característico, um cetro
comprido e segmentado, dotado de cavidades abaixo da parte superior nas quais é
introduzido um pedaço de madeira para produzir um som de chocalho, quando se
toca com o cetro no chão.
Esse objeto é o mais difundido entre todos os objetos de
culto no Benin.
No topo desses cetros estão esculpidas figuras que designam
a que culto pertencem.
O Ukhurhe de Olokun representa o sacerdote e o devoto,
enquanto o cetro Ovia representa uma mascara cerimonial.
O chocalho simboliza tanto a comunicação com o mundo dos
espíritos, ao bater no solo com o cetro, quanto um bastão de poder manejado por
uma autoridade.
Esses cetros costumam ser entalhados por escultores
reconhecidos por fazerem parte de uma sociedade que se ocupa dessa arte, os
Igbesanmwan.
Mas também podem ser feitos por anciãos da comunidade e
usados para os próprios cultos.
A maioria dos altares desses vilarejos é composta desses
bastões cerimoniais, potes com substâncias mágicas e de pedaços de giz kaolin.
Em alguns deles encontram-se imagens de barro.
Essas figuras de barro são encontradas frequentemente nos
altares de divindades dos rios, tal como nos de Igbadon, cujos membros fazem
parte da corte de Olokun.
Por esse motivo nunca são representados com roupas de
realeza, e sim como chefes, rainhas e magos poderosos.