Tradição do povo Edo
Num palácio real Edo, os altares para os ancestrais são os
maiores de todos.
Um rei pode ter altares pessoais para Olokun, para sua mão,
e alguns deuses reais como Uwen e Ora, porém os únicos de alcance completamente
nacional são aqueles para os antepassados.
O monarca regente é sempre entronizado por ser considerado
descendente de Oranmiyan, o fundador de sua dinastia.
Por esse motivo cabe a ele cuidar desses altares em
benefício do povo do Benim.
Tanto ao rei quanto seu povo cabe a tarefa de cuidar desses
lugares sagrados, e pedir a ajuda dos ancestrais, que são os protetores da nação.
Entretanto os poderes divinos passam apenas para os reis.
A santidade de um Oba lhe outorga amplos privilégios morais.
Somente ele possui as contas de coral conhecidas como Esigie.
Assim como ele, outros membros de sua família podem reivindicar
a posse dessas contas e de outras relíquias que determinam quem está
efetivamente no trono.
Esses corais não são apenas ornamentais, eles carregam o
poder do Ase (axé), ou seja, tudo aquilo que se diz virá a ser.
A habilidade de blasfemar e de promulgar é um dos principais
poderes outorgados aos monarcas.
Esses poderes de blasfemar e de conjurar são irrevogáveis.
Tudo aquilo que um Oba dizer terá efeito.
As contas de coral não são os únicos objetos que contem esse
axé para conjurar.
Assim como estes há também o cetro da proclamação conhecido
por isevere-igho.
Entretanto os corais são mais importantes, pois definem a
sucessão monárquica e propiciam o poder místico.
Quando um Oba usa esse pesado traje de coral, ele mal
consegue piscar ou mexer.
No momento em que ele senta-se no trono deixa de ser apenas
um humano, torna-se divino.