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sábado, 28 de abril de 2012

O rei-deus


Tradição do povo Edo

Num palácio real Edo, os altares para os ancestrais são os maiores de todos.
Um rei pode ter altares pessoais para Olokun, para sua mão, e alguns deuses reais como Uwen e Ora, porém os únicos de alcance completamente nacional são aqueles para os antepassados.
O monarca regente é sempre entronizado por ser considerado descendente de Oranmiyan, o fundador de sua dinastia.
Por esse motivo cabe a ele cuidar desses altares em benefício do povo do Benim.
Tanto ao rei quanto seu povo cabe a tarefa de cuidar desses lugares sagrados, e pedir a ajuda dos ancestrais, que são os protetores da nação.
Entretanto os poderes divinos passam apenas para os reis.
A santidade de um Oba lhe outorga amplos privilégios morais.
Somente ele possui as contas de coral conhecidas como Esigie.
Assim como ele, outros membros de sua família podem reivindicar a posse dessas contas e de outras relíquias que determinam quem está efetivamente no trono.
Esses corais não são apenas ornamentais, eles carregam o poder do Ase (axé), ou seja, tudo aquilo que se diz virá a ser.
A habilidade de blasfemar e de promulgar é um dos principais poderes outorgados aos monarcas.
Esses poderes de blasfemar e de conjurar são irrevogáveis.
Tudo aquilo que um Oba dizer terá efeito.
As contas de coral não são os únicos objetos que contem esse axé para conjurar.
Assim como estes há também o cetro da proclamação conhecido por isevere-igho.
Entretanto os corais são mais importantes, pois definem a sucessão monárquica e propiciam o poder místico.
Quando um Oba usa esse pesado traje de coral, ele mal consegue piscar ou mexer.
No momento em que ele senta-se no trono deixa de ser apenas um humano, torna-se divino.