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terça-feira, 24 de abril de 2012

Yewá, a mais bela flor do Jardim de Oduduwà


Santeria Cuba - rito ioruba

Yewá é um oricha muito severo e recluso, intimamente ligado à morte.
Os lukumis acreditam que ela seja o oricha que toma conta do cadáver enquanto este é velado.
Ainda que ela seja relacionada com atividades marítimas, é cultuada no cemitério, no rio e na lagoa.
Suas oferendas favoritas são flores, particularmente as perfumadas.
Na tradição Lukumi, é considerada a mais bela e cobiçada flor do jardim de Oduduwá, a vigem que Chango seduziu e possuiu.
Muitos sacerdotes do território ioruba na África, afirmam que Yewá era adorada dentro de uma caverna, que somente podia ser encontrada se nadando através de uma lagoa por ela governada juntamente com Olosá, oricha da lagoa.
É descrita como uma rainha e quase uma amazona que proíbe o contato sexual a seus adoradores. Sua corte era atendida por eunucos sob a supervisão de Logún Edé.

Yewá, texto baseado nos escritos de Lydia Cabrera

Ewa não é um orixá, e sim um eledá, como muitos outros deuses que se acreditam ser orixás.
Notemos que o titulo de orixá pertence ao orixá Ori, e a nenhum mais.
Yemanjá possui o de Yia-aja-ori, o que não é a mesma coisa que orixá, como se costuma pensar-se de antemão.
Yewá aparece nos itans de Ifá em várias ocasiões tal como a do seu nascimento, quando se fala dos seus poderes, quando moça, na ocasião de seu primeiro namoro e como amante.
Ela começa uma vida sexual ativa muito cedo, quando tem um relacionamento com três deuses:
Oxalá novo, o senhor dos Bambus amarelos,
Oxalá, aquele que vem avisar que o tempo acabou.
E com Oxoguian
Posteriormente com Exu, Oxumaré, com dois Odés, Orunmilá e por fim esposa de Omolu. em suas
Ela surge quando Ogum violenta Nanan, na frente do seu povo dela, acusando-o de ter invadido sua aldeia.
Essa lenda começa quando Nanan faz a lama subir até quase matar Ogum, por ter invadido seus domínios.
Ele consegue escapar e a ferindo-a com uma lança.
Por este motivo o metal constitui um tabu para Nanan, e os lukumis evitam usar metal em seus ibás.
A partir desse incidente Ogum trava uma guerra sem precedentes com Nanan, saindo vitorioso.
O espólio dessa guerra são as terras de Nanan.
Numa demonstração de poder, subjuga a rainha tendo relações sexuais com ela, diante de todo o povoado.
É desta relação que nasceu Ewá, uma linda menina, o único filho perfeito que Nanan teve.
Na entrada de sua aldeia Nanan coloca um iba de Ogum.
De acordo com a tradição oral, Ewa não herda nada, pois sua mãe teria já havia distribuído todos seus bens aos outros filhos.
Entretanto Oxumare apega-se a esta irmã e divide a regência do Arco-íris.
Motivo pelo qual o arco íris pertence à Ewa durante um período e a Oxumare por outro.
A cor branca do espectro de cores lhe é presenteada pelo irmão Oxumare devido ao fato dela ser um oricha balle (oricha ligado à morte).
Na Santeria Yewá usa roxo e branco, cores que também pertencem à Iku, roxo, preto e branco.
Muitos orichas brigaram por essa deusa querendo casar-se com ela, devido à sua grande beleza.
Yewá seduziu Oxalufan que vivia com Nana, tendo com ele o seu primeiro contato sexual.
Conta-se que Ewá recebeu de Ogum o direito de usar uma lâmina que esconde entre os seios, e cujo cabo é de madeira, a única parte que fica a mostra.
Yewá versada em venenos tentou envenenar alguns orixás, inclusive Exu, não sendo bem sucedida.
Consegui subjugar Orunmilá e mantê-lo como seu escravo por muito tempo, durante o período em que Oxumaré foi babalawô.
usando as cores, verde, amarelo e preto,
Travou varias guerra com seu irmão Omolu, que a venceu, e com um tapa retirou toda sua carga de maldade.
Ele também venceu a maldição a maldição rogada por Oxalá do Bambuzal contra ela, na qual seria velha durante o dia, e uma linda mulher durante a noite.
Quando foi casada com Omolu, de quem ela teve muito temor, pariu todos os filhos dele.
Foi nessa época que ajudou um rapaz a fugir da morte, alegando ser a esposa de Omolu.
Omolu rege o sono da morte.
Com seus venenos ele matou aqueles a quem perseguia e os que ela não gostava.

(Lydia Cabrera Mythologie Vodou, Piétonville, 1950)