O Caboclo
Importante participação nas lutas teve o elemento indígena.
Sobretudo representava o "verdadeiro brasileiro", o dono da terra,
que somara seus esforços aos demais combatentes.
A Bahia rendeu-lhe homenagens sempre ostensivas e, em 1896,
no monumento erguido na capital baiana, o caboclo encima - tal qual a figura do
Almirante Nelson no monumento a Trafalgar, em Londres - aquele importante
marco.
Na cidade de Caetité, que todos os anos festeja o 2 de Julho
com grande pompa, a cabocla surge num dos carros, matando o "Dragão da
Tirania", que representa o colonizador vencido.
A Festa
Em meio aos vários aspectos que marcam o cortejo de
comemoração aos 2 de julho a religiosidade se destaca. As estátuas do casal de
caboclos que lidera o cortejo foram criadas para representar o povo brasileiro.
Mas com o passar do tempo, o caboclo e a cabocla dos 2 de julho se associaram
às entidades homônimas do candomblé e da umbanda. Assim, hoje, em vários
terreiros da capital da Bahia e do recôncavo há festa para saudar Sultão das
Matas, Tupinambá, Pedra Preta, Jurumeira, Boiadeiro, Capangueiro e tantos outros
que fazem parte desta categoria de encantados. Os caboclos são tidos nestas
religiões como entidades ligadas diretamente à cura e à solidariedade. A
irreverência- chegam e partem quando querem, daí que festas em sua homenagem
não tem hora para acabar- é outra das suas características. O Parque São
Bartolomeu recebe os devotos dos caboclos que vão depositar suas oferendas para
o chamado dono da terra.
No Pavilhão dois de Julho, encontra-se a imagem do Caboclo,
símbolo da independência da Bahia.