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terça-feira, 8 de maio de 2012

Ministérios - Governo e Administração

Songhai - África Negra Pré Colonial

A hierarquia dos cargos em Songhai era inflexível. O país dividia-se em províncias, cantões, vilarejos, cidades grandes de comércio como Djenné e Timbuktu, áreas de fronteira fortificadas como Teghezza, Ualata, Nema, etc. Um sultão ou fari governava algumas províncias, como podia um châ: havia o Dendri-fari, o Kormina-fari, o kala-châ. Um farba, um mondzo, ou um koï, governavam cidades de diferentes tipos bem como seus arredores contíguos. Havia o Timbuktu-koï, o Dirma-koï, o Hombori-koï. etc. Nos tempos do Mali, governador da área fronteiriça de Ualata, com suas dependências, era um farba: o termo equivalente para farba em Songhai era farma. A região da fronteira de Teghezza no Tróico era governada por um mondzo. O balama era uma espécie de oficial de reserva; esse titulo era mais antigo que o de Askia, de acordo com Kâti.
O assara-mundio era uma espécie de comissário de policia: viz, o assara-mundio da cidade de Djenné ou da cidade de Timbuktu.
O anfara-kuma era o juiz tradicional nos tempos pré-islâmicos. Era um cargo hereditário detido pelos membros do clã Kuma. Eles eram anfaras ou Juízes, donde vem o termo anfara-kuma que veio a significar o cadi em Songhai. Kâti insiste que essa expressão foi uma adaptação inevitável da expressão tradicional para um termo equivalente após a islamização.
O kan-fari ou kormina-fari foi um cargo criado pelo Askia Mohammed e ocupado pela primeira vez por seu próprio irmão, Amar Komdiago, que era um
tondi-farma sob a autoridade de Ali Ber: correspondendo a uma verdadeira vice-regência tendo Tendirma como sua capital.
O tunkoï, kuran e soira eram posições militares subalternas que deviam existir em uma cidade como Djenné.
O Guimi-koï ou Gumei-koï era o diretor portuário.
O Hi-koï era o responsável pelos navios e pequenas embarcações.
O Yobu-koï era encarregado pelo mercado.
O gari-tia consertava as selas e arreios.
O berbuchi-mundio ou mondzoera um administrador dos negócios com os árabes berábicos.
O koïra-banda mundio era um administrador suburbano da cidade
O barei-koï era o chefe do protocolo e da etiqueta.
O uanei-farma era o ministro das propriedades.
O sao-farma era o superintendente das florestas.
O lari-farma era o superintendente dos caminhos de água.
O koreï-farma era o encarregado de lidar com as minorias brancas do país.
O tara-farma era o chefe da cavalaria.
O tari-mundio era o inspetor da agricultura.
Alguns cargos podiam ser acumulados: Como o fari-mondzo. O fari estava acima do koï; o Hi-koï, Ali Dudu, nomeado provisoriamente dendi-fari, era obrigado a retornar a seu posto na Assembleia quando perdia o título. Mas o koï estava acima do châ, observamos anteriormente que a nomeação de um kala-châ para o posto de koï significava uma promoção. A identidade dos termos que designavam os cargos administrativos no Sudão ocidental evidenciaria, se fosse o caso, da união administrativa dessa região.

O Império de Songhai
Songhai, império que floresceu na ultima fase do período de islamização da África, por volta do século dezesseis, já não estava tão preso às tradições politicas. Seus costumes lembravam aqueles dos califados de Bagdá e das cortes da Arábia oriental. As mesmas infindáveis intrigas rodeavam o trono. Este império parece ter reconhecido o direito à primogenitura. Mas isso era puramente teórico, pois se o filho mais velho não se mostrasse energético ou levasse desvantagens nas situações, perderia automaticamente o direito ao trono, deixando o poder para algum outro filho do rei (rei=Askia). Ou ainda para alguém que obtivesse o apoio de um alto funcionário.
O livro e o autor - Veja no link abaixo: